"O ministro Carlos Lupi cumpriu uma agenda oficial, usando um avião privado, pago por um dono de ONG que tem negócios com o Ministério. E, pior, um dono de ONG acusado de fraudar o próprio ministério", resume a revista.
A Veja lembra que, ao prestar esclarecimentos ao Congresso, Lupi afirmou desconhecer Adair Meira. "Eu não tenho relação nenhuma, absolutamente nenhuma, com o - como é o nome? - seu Adair", relatou a revista, sobre o depoimento de Lupi. Na sequência, o ministro emendou: "Posso ter e devo ter encontrado com ele em algum convênio público. Não sei onde ele mora." Lupi também negou ter viajado em aeronave do empresário.
Duas ONGs do empresário - a Fundação Pró Cerrado e a Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (Renapsi) - receberam do Ministério do Trabalho o selo Parceiros de Aprendizagem, no final do ano passado. A Procuradoria da República, lembra a revista, já pediu a devolução de recursos públicos embolsados pelas entidades e a CGU apontou várias irregularidades nos contratos.
Também procurado por Veja, Adair Meira negou ter voado no mesmo avião que o ministro ou ter alguma relação mais próxima a ele. Disse também que suas ONGs foram escolhidas pelo Ministério do Trabalho por competência.
A revista procurou ainda o deputado Weverton Rocha, do PDT, que confirmou que o avião foi alugado para atender à comitiva do ministro, mas ressaltou que as despesas - cerca de R$ 70 mil - foram pagas pelo partido, por meio do ex-governador falecido do Maranhão.