Para ele, a política do Brasil para a África não prevê um retorno econômico a curto prazo e tem como marca a cooperação “fraterna, generosa, com os mais carentes”. “As ações brasileiras fortalecem o Estado, além de preparar o terreno para que ele ocupe espaço entre os maiores do mundo, com assento no Conselho de Segurança”, defende Kadri. As relações entre Brasil e Guiné-Bissau se estreitaram especialmente a partir de 2007, quando o então presidente João Bernardo Nino Vieira, assassinado em 2009, veio ao Brasil pedir a colaboração.
MÃO DUPLA
Engana-se quem imagina que a cooperação com o pequeno país africano seja uma via de mão única. O delegado da Polícia Federal Getulio Bezerra Santos, coordenador do Projeto de Cooperação para Capacitação das Forças de Segurança, diz que o trabalho de capacitação das agências de polícia tem servido para a corporação brasileira como um “grande aprendizado”. “Nosso trabalho é muito bem-aceito em Guiné-Bissau e de grande importância quando levada em consideração a importância de uniformização das técnicas policias para o combate ao crime organizado na comunidade internacional”, explica.
Santos diz que o centro, que entra em funcionamento na próxima semana, vai servir também como um polo regional para difundir conhecimento para outros países do continente, por meio dos diversos treinamentos. Atendendo a demanda do país, os primeiro cursos serão para treinamento da policiamento de trânsito da Polícia de Ordem Pública (POP) de inteligência para a Polícia Judiciária e Serviço de Informação do Estado. Além disso, os instrutores da centro de formação darão aulas de defesa pessoal.