Apesar de não ter sido marcada nova data para o julgamento das três ações que discutem a aplicação da Ficha Limpa – apresentadas pela OAB, pelo Partido Popular Socialista (PPS) e pela Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL) – Ophir espera que os ministros voltem a discutir o tema no início do ano que vem, antes do período de registro das candidaturas para as eleições municipais.
Os integrantes do Movimento pelo Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE) também estão de olho nas discussões que acontecem no STF sobre a Ficha Limpa. O coordenador do movimento, Marlon Reis, lamentou que os ministros não tenham chegado a uma solução definitiva sobre todos os pontos envolvendo a proposta. “Todos esperavam que o ano eleitoral começasse já com as regras definidas, com os candidatos sabendo das exigências legais para se apresentaram nas urnas. Não acredito que ainda este ano teremos uma posição definitiva, o que é muito ruim para o Judiciário e para todo o país. De toda forma, vamos continuar acompanhando de perto esse debate em 2012”, cobrou Marlon. Ontem, o ministro do STF Luiz Fux disse em entrevista ao Estado de Minas que acredita que a definição deve ocorrer ainda este ano.
Resistência Para José Rubens Costa, especialista em direito processual civil e professor da UFMG, as discussões sobre a aplicação da Ficha Limpa em fatos anteriores à sua promulgação vão gerar mais debates polêmicos no plenário da Corte e o voto do ministro Luiz Fux, defendendo que a lei pode atingir também condenações anteriores a sua vigência, deverá encontrar resistência de outros ministros. “Não acredito que vamos ter problemas jurídicos com essa indefinição. Apesar de o tempo ser curto até as próximas eleições, os registros dos candidatos estão marcados para o fim do primeiro semestre e até lá tenho certeza de que a corte vai se pronunciar sobre as questões pendentes”, cobrou José Rubens.
A posição de Fux sobre os atos pregressos ganhou apoio do presidente da OAB, Ophir Cavalcanti, que entende como fundamental para aumentar o rigor na punição aos políticos que cometeram irregularidades em mandatos anteriores. “A condição de inegibilidade não é uma pena, mas um requisito de moralidade administrativa que precisa ser critério para que as pessoas possam se candidatar aos cargos públicos”, disse Ophir.