O gabinete da Liderança do governo chegou a informar durante a reunião que o ministro se disporia a falar no Senado na semana que vem, mas Jayme Campos insistiu que a ideia é ouvi-lo na quinta. "Na semana que vem, a Inês já será morta", argumentou, de forma alegórica, o presidente da CAS, reproduzindo expressão popular anteriormente utilizada pela senadora Ana Amélia (PP-RS).
Segundo Alvaro Dias, após comparecimento de Lupi em audiência na Câmara dos Deputados, surgiram fatos relevantes divulgados pela imprensa como a utilização pelo ministro de avião de proprietário de ONG que tem convênio com o Ministério do Trabalho. Ele teria utilizado o avião em viagem ao Maranhão "em pré campanha eleitoral de seu partido", como ressaltou o senador.
Lupi havia negado ter feito viagem ao Maranhão no avião alugado por Adair Meira, que chefia uma rede de ONGs conveniadas ao ministério e envolvidas em irregularidades, conforme matéria publicada na revista Veja. No entanto, imagens divulgadas no fim de semana pelo noticiário contradizem a versão de Lupi.
Para Alvaro Dias, Lupi mentiu aos deputados o que comprova falta de decoro. Além disso, haveria denúncias de pagamento de propina e de utilização irregular de diárias segundo o senador. "Os fatos são gravíssimos. A mentira oficial é crime de responsabilidade, ofende o Parlamento, o povo e desmoraliza o ministro", afirmou.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também defendeu a vinda do ministro, lembrando que a prestação de esclarecimentos ao Parlamento tem sido a diretriz da presidente Dilma Rousseff para a atuação de seus ministros.