Brasília – Em reunião realizada no início da tarde de ontem no Ministério do Trabalho, integrantes da cúpula do PDT colocaram Carlos Lupi, presidente licenciado da sigla, nas cordas e o “aconselharam” a deixar o comandando da pasta. A situação política de Lupi na legenda pode ser definida hoje, após reunião da Executiva do partido prevista para o início da tarde. O encontro estava marcado para sábado, mas, com o agravamento da situação do ministro, foi antecipado. O sentimento de urgência é tamanho que o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, mesmo hospitalizado, preferiu se deslocar de última hora de Florianópolis para participar do encontro em Brasília.
O clima, até a semana passada favorável a Lupi, se inverteu no PDT com o surgimento de imagens que mostram o ministro descendo de um avião modelo King Air em visita realizada em 2009 ao interior do Maranhão. O uso da aeronave teria sido custeado pelo presidente da Fundação Pró-Cerrado, Adair Meira, que, logo após o tour, firmou sete contratos com a pasta, no valor de R$ 11,6 milhões. Lupi, em audiência realizada na Câmara, na última quinta-feira, negou conhecer Adair Meira, presidente da ONG, e disse que só entrou em aeronave custeada pelo partido – fato negado pelo presidente do PDT do Maranhão, Igor Lago, conforme revelado pelo Estado de Minas ontem.
Apesar disso, integrantes do partido não escondem o desconforto ocasionado com as contradições de Lupi. “Nós temos total confiança no ministro Lupi. Resta saber se é oportuna, diante da situação pessoal que ele está passando, a permanência dele”, ressaltou André Figueiredo. O parlamentar adiantou, entretanto, que, mesmo com a saída de Lupi o PDT continuará na base aliada. Figueiredo chegou a defender um rodízio com outros partidos no comando do ministério. “Desde o início tenho defendido que, caso o ministro Lupi saia, o PDT não precisaria indicar o substituto.” Essa ideia, no entanto, é contestada por parte da legenda.