Donos de bichos de estimação também se uniram contra o projeto que tramitou na Câmara de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que propunha a lei do silêncio para animais. O dono do cachorro que latisse depois das 22h acabaria multado. A pressão foi tão grande que o projeto acabou sendo arquivado. Outros animais incomodaram os vereadores de Porto Alegre não pelo barulho, mas pela sujeira. A Câmara Municipal aprovou o projeto de lei que obriga os cavalos a usarem fraldas. Quem desrespeitar a regra terá de pagar R$ 246. De autoria do vereador Adeli Sell (PT), a lei não inclui, no entanto, o uso de bolsas coletoras de fezes em animais que participam de eventos ou cavalgadas. “O projeto foi vetado e é uma pena porque a cidade continua imunda”, disse o parlamentar.
Lotação esgotada
Mas não só os animais ocuparam espaço na imaginação dos vereadores. Em Paraíso, no interior de São Paulo, as pessoas não poderiam mais morrer, caso o projeto do então vereador Luiz Carlos Rosa (PPS) fosse aprovado. Em protesto contra a lotação do cemitério, ele proibiu o óbito na cidade. “As sepulturas estão sendo emprestadas para caber o número de mortos e se nada for feito as pessoas terão de ser enterradas nas cidades vizinhas”, contou. O projeto, apresentado em abril, de tão inusitado, foi ignorado pelos colegas do Legislativo e o próprio vereador o retirou.
Um parlamentar de Juiz de Fora não proibiu os moradores de morrer, mas, para tentar evitar doenças cardíacas, ele propôs, no ano passado, que todos os bares e restaurantes apresentassem em seus cardápios, além da quantidade de calorias e glúten de todos os alimentos, a necessidade calórica diária por faixa etária. Informação que nem os enlatados têm. O estabelecimento que descumprisse a lei estaria sujeito a multa de R$ 1 mil a R$ 5 mil. Em Capelinha, Vale do Jequitinhonha, um vereador quer proibir os estabelecimentos de vender bebida alcoólica a mendigos e pessoas com deficiência mental.
Já teve parlamentar, em Sobral, no interior do Ceará, que quis até copiar o World Trade Center de Nova York. O prédio abrigaria a sede da prefeitura e as secretarias do município. O caso repercutiu na imprensa nacional e o parlamentar, que também foi autor de um projeto de lei para construir um muro das lamentações, retirou a proposta de pauta. Em Manaus, chama a atenção o projeto de lei que quer limitar o uso de roupas brancas aos médicos e profissionais da saúde. Também em Manaus, a vereadora Socorro Sampaio (PP) quer obrigar a instalação de neutralizador de odores em caminhões de lixo.
No mínimo curiosos
Santa Maria (RS)
» Lei do silêncio para os animais. Fica proibido latir depois das 22h. O dono do cachorro que desrespeitar a lei será multado.
Catanduva (SP)
» Proíbe a morte das pessoas na cidade.
Juiz de Fora (MG)
» Todos os bares e restaurantes seriam obrigados a apresentar no cardápio, além da quantidade de calorias e glúten de todos os alimentos, a necessidade calórica diária por faixa etária. O estabelecimento que descumprir a lei será sujeito a multa de R$ 1 mil a R$ 5 mil.
São João del-Rei (MG)
» Morte aos animais. Todos os animais que permanecerem mais de 48 horas nas ruas serão sacrificados.
Sobral (CE)
» Propõe a construção na cidade de dois prédios nos moldes do World Trade Center para abrigar a sede da prefeitura e as secretarias. As Torres Gêmeas teriam de 8 a 10 andares. O mesmo vereador apresentou projeto para construir um muro das lamentações.
Capelinha (MG)
» Proíbe a venda de bebidas alcoólicas a mendigos e pessoas com deficiência mental.
Manaus (AM)
» Apenas médicos e profissionais da saúde poderão usar uniformes brancos.
Salvador (BA)
» Democratização do refrigerante. Torna obrigatória a venda de refrigerantes de 1 litro em todos os restaurantes. Segundo o vereador, os pobres não comem fora por causa do preço dos refrigerantes.
Manaus (AM)
» Lixo cheiroso. Obriga a instalação de neutralizador de odores em caminhões de lixo.
Porto Alegre (RS)
» Os cavalos e burros são obrigados a usar fraldas, com exceção dos que participarem de eventos.
Nova Iguaçu (RJ)
» Obriga a instalação de banheiros para gays e travestis em espaços públicos.