Carvalho defendeu a criação de novas regras para doações às entidades. "Cabe também repensarmos toda a legislação relativa às doações. No Brasil, se conseguirmos mudar a lei de doações para além dos recursos públicos, poderemos também contar com recursos da generosidade empresarial", completou. Ao justificar a proposta, o ministro citou o exemplo de um escritor que doou uma fazenda equipada para a Universidade Federal de São Carlos, no interior de São Paulo e que teve de pagar mais de R$ 400 mil em impostos para concretizar a cessão. "Não é possível que a gente siga punindo aqueles que generosamente entregam seus bens para uma causa social", comentou.
Para o ministro, que minutos antes ouvira críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre as ONGs ilegítimas "cooptadas por partidos" para obter recursos públicos, as irregularidades foram reveladas graças à atuação forte da sociedade e do apoio do governo federal aos órgãos de investigação. "Se é verdade que no governo do presidente Lula, mais do que nunca, o Ministério Público foi brindado com condições de trabalho e autonomia, que a Polícia Federal foi equipada, que nós criamos a CGU (Controladoria Geral da União), dando muitas vezes até a impressão de que a corrupção é muito maior nesses tempos quando na verdade se trata de que estamos desvendando para a sociedade todos aqueles fatos que há muito ocorriam em nosso País", disse Carvalho.