Assim que for concluída a votação, a batalha do governo se transferirá para o Senado. O governo precisa aprovar a proposta de emenda constitucional em dois turnos na Casa antes do recesso que começa no dia 23 de dezembro. A estratégia do governo é anexar a proposta a uma outra de texto igual, apresentada pelo líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), para cortar caminho.
A votação da DRU foi precedida pela liberação de recursos para obras nos municípios que entraram no Orçamento por meio de emendas parlamentares. Até a votação, o governo não vinha cumprindo a promessa de liberar o dinheiro das emendas. Na sexta-feira passada, o governo reservou R$ 6 bilhões de recursos orçamentários do total de R$ 11,9 bilhões liberados pela equipe econômica para o Executivo para o pagamento das emendas. O Ministério do Planejamento liberou R$ 12,1 bilhões para os três Poderes.
O governo argumenta que a DRU é necessária para permitir liberdade para gastar em investimentos prioritários, equilibrar as contas fiscais e ter instrumentos para enfrentar a crise econômica internacional. De acordo com dados do governo, a aprovação da proposta permitirá a desvinculação de recursos da ordem de R$ 62,4 bilhões, contribuindo para viabilizar o superávit primário de R$ 71,4 bilhões, fixado como meta para o próximo ano.
Para a oposição, o governo não precisa mais da DRU, porque tem um volume alto de arrecadação e não há uma crise fiscal no País. "O governo arrecada cada vez mais e está com os cofres cheios. O governo está jogando dinheiro no ralo, fazendo convênios com ONGs que aceitam negociatas", afirmou o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP).