De acordo com Souza, novas ações estavam previstas para esta semana, mas foram suspensas porque a superintendência paulista do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) vai receber representantes do grupo. O encontro está agendado para o dia 29. Segundo o porta-voz, oito áreas tiveram o processo de desapropriação encerrado na região, mas não houve a emissão de posse para início do assentamento. “Em alguns casos, como a Fazenda Esperança, em Iepê, o dinheiro da indenização já foi depositado.” Ele diz ainda que os sem-terra estão se organizando para retomar a mobilização em todo o oeste paulista. “Os acampados não aguentam esperar mais. Em Rancharia, temos famílias sob a lona desde 1998”.
Além de reivindicar áreas para assentamentos, a mobilização quer chamar a atenção para a situação das lideranças que estão presas. Rainha Júnior foi preso em junho deste ano durante a Operação Desfalque, da Polícia Federal, que apontou um esquema de apropriação indébita de dinheiro público, extorsão, estelionato e formação de quadrilha entre integrantes de movimentos sociais, cooperativas e associações de assentados, e ainda servidores do Incra. A ação levou à queda do ex-superintendente paulista Raimundo Pires da Silva, substituído por José Giácomo Baccarin.
Além de Rainha, continua preso o líder do MST da Base na região de Araçatuba, Claudemir Silva Novaes. Ontem, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um novo pedido de habeas corpus dos dois presos. O Incra paulista informou, por meio da assessoria de imprensa, que está empenhado na liberação de recursos para suas ações e programas no Estado. O órgão tem priorizado a qualificação dos assentamentos já existentes - investimentos em infraestrutura e liberação de créditos -, com o objetivo de fomentar as atividades produtivas das famílias assentadas.
Em outubro foram realizados contratos emergenciais que retomaram os serviços de assistência técnica que estavam suspensos por decisão judicial nos assentamentos estaduais e federais do Estado. O órgão informou que mantém uma postura de diálogo com todos os movimentos sociais e continuará os esforços para obter novas áreas para o assentamento de famílias no Estado.