O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou que a decisão da Comissão de Ética mostra que a oposição estava correta ao pedir a apuração das denúncias de irregularidades contra o ministro. "Os fatos denunciados são da maior gravidade. Chegaram ao ponto de a comissão dizer que ele não pode mais ficar. A presidente Dilma não tem mais o que esperar. Agora não é mais um afastamento, mas sim a demissão pura e simples", afirmou Bueno. Ele considerou que sempre que houver uma denúncia grave, o denunciado deve pedir licença do cargo para facilitar as apurações e que quando o acusado não toma essa atitude, cabe à autoridade maior - no caso, a presidente Dilma - afastar o envolvido, mas isso não foi feito, destacou o parlamentar.
Já o líder do PT, senador Humberto Costa (PE), afirmou que a decisão do Conselho é um "fator de constrangimento de ordem legal", que deixa a presidente Dilma numa "situação difícil". O líder do PDT no Senado, Acir Gurgacz (RO), se disse "pego de surpresa" e pediu um tempo para "assimilar" a decisão e discutir o episódio com a bancada. Lupi é presidente nacional do PDT, que se licenciou do cargo para assumir o Ministério, cumprindo determinação da Comissão de Ética da Presidência.
O senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP) avalia que essa decisão deixa a presidente sem alternativa, sobretudo por partir de uma instância do governo responsável por zelar pela ética pública. "Se ela não acatar, seria melhor desativar a Comissão". Sobre os rumores de que Dilma poderia demitir Lupi somente na reforma ministerial, programada para o início do ano, Randolfe disse que a decisão de hoje muda o cenário e obriga a presidente a "agir imediatamente".
Nem o líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), deixou de se surpreender com a notícia, lembrando que a Comissão vinha sendo "generosa" com os ministros envolvidos em denúncias. "A manutenção do ministro representaria uma prevaricação, um ato de cumplicidade da presidente", criticou o tucano.