"Esperamos que ela não ouça essa comissão de gagás. Essa é uma comissão de gagás, de velhinhos que ficam perseguindo o ministro Lupi. Vamos ver se a Dilma vai ouvir essa comissão de retardados", disse Paulinho. "Na verdade, essa comissão de ética sempre perseguiu o ministro Lupi", emendou. Para o presidente da Força, as denúncias não atingem diretamente o ministro.
No passado, Lupi já foi alvo de sanção da Comissão Ética, que o censurou por ocupar a presidência do PDT ao mesmo tempo em que assumiu o Ministério do Trabalho. O ministro acabou se licenciando da presidência do partido.
À exceção de Paulinho, os pedetistas evitaram ontem à noite dar declarações sobre a situação do ministro Lupi. A cúpula do PDT estava disposta a aguardar a reação da presidente. "Precisamos ver se a presidente Dilma vai capitular e atender à recomendação da comissão", observou um pedetista histórico. A avaliação do partido era que a Comissão de Ética fez um ato de "insubordinação" ao Planalto ao propor a demissão de Lupi. Afinal, alegam os pedetistas, a presidente da República e integrantes da base aliada, incluindo parlamentares do PT, já se declararam considerar as denúncias contra o ministro inconsistentes.
Oposição - Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), a recomendação da Comissão torna "absolutamente insustentável sua permanência na pasta". "O ministro não tinha qualquer condição de permanecer no cargo já há algum tempo. O que mais, além desse posicionamento da Comissão de Ética, a presidente Dilma está esperando? Isso só comprova que a faxina não existe. A presidente apenas reage e, nesse caso, perdeu o 'timing'", afirmou o tucano.
No Senado, o líder tucano, Álvaro Dias (PR), deixou de se surpreender com a notícia, lembrando que a comissão vinha sendo "generosa" com os ministros envolvidos em denúncias. "A manutenção do ministro representaria uma prevaricação, um ato de cumplicidade da presidente", criticou.