O script foi seguido à risca em outras cinco demissões. Só não foi assim no caso da dispensa de Alfredo Nascimento dos Transportes, em julho. O PR, que saiu, "mas não saiu muito" da base aliada, como diz a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, até hoje se queixa por ter sido o único partido que teve de ajoelhar no milho, sem indicar o substituto de Nascimento.
O plano de Dilma, agora, é mexer as peças da Esplanada, mudando os partidos de lugar na reforma da equipe. Ela planeja entregar ao PDT, por exemplo, o Ministério da Agricultura, que deverá ser fundido com a Pesca. Nesse cenário, o nome mais cotado para a vaga da Agricultura, hoje comandada pelo PMDB, é o do senador Osmar Dias (PDT-PR).
A inédita decisão do Comissão de Ética da própria Presidência, porém, tende a apressar a saída de Lupi. O colegiado recomendou a demissão do titular do Trabalho, sob a alegação de que ele deu explicações "insatisfatórias" às acusações de fraude em convênios firmados com ONGs.
Por muito menos, Dilma dispensou o então ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B), depois que ele passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Diante da crise, o PT pressiona Dilma para retomar o ministério que foi do partido durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Lupi entrou na Esplanada em 2007 e, desde então, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço do PT, vive em pé de guerra com a Força Sindical, ligada ao PDT.
O desfecho dessa novela ainda é imprevisível, mas seus integrantes sabem que a duração será mais curta do que o previsto na semana passada.