Jornal Estado de Minas

Dilma quem vai decidir futuro de Lupi, diz petista

AgĂȘncia Estado
O secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR), disse na manhã desta quinta-feira que a recomendação da Comissão de Ética Pública da Presidência da República pela demissão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, "dá força a um eventual afastamento, mas o tempo do afastamento é a presidenta Dilma quem vai decidir". O parlamentar reconheceu que há dificuldade para que Lupi fique no Ministério.
"As condições políticas de manutenção no cargo são muito complexas. É muito difícil estar respondendo a essas acusações e ao mesmo tempo exercendo o cargo. É difícil para o Lupi e para qualquer ministro", afirmou o dirigente petista. Vargas defende que a saída de Lupi aconteça na reforma ministerial prevista para o início do ano que vem. "Tem que ser no bojo da reconstituição do governo. Alguns ministros vão ser candidatos em 2012. Fazer a mudança de um (ministro) por um fica muito na lógica anterior (demissões de seis ministros nos últimos seis meses). A lógica tem que ser de remanejamento dos ministérios", explicou.

Vargas está em Belo Horizonte para a reunião da executiva nacional, hoje, e do diretório nacional do PT, amanhã, quando serão discutidas, entre outros temas, as eleições municipais. O secretário de Comunicação defendeu a manutenção da aliança do PT com o PSB na capital mineira. O petista Roberto Carvalho é vice do prefeito socialista Marcio Lacerda, mas defende candidatura própria em 2012.

O ex-presidente Lula e o comando nacional petista defendem a manutenção da chapa, apesar do apoio já declarado do PSDB a Lacerda. Em 2008, os tucanos apoiaram o atual prefeito, mas não fizeram parte da coligação. Agora, a tendência é que estejam na aliança. A entrada do PSDB na coligação é um dos argumentos de Carvalho em favor de uma candidatura petista.

"O PSDB não estará na chapa, então não há impedimento para a aliança", diz André Vargas. O secretário de Comunicação do PT ressaltou que o partido acompanhará a decisão do diretório local mas disse não ver motivos para romper a aliança com Lacerda. "Teve muita divergência no passado em relação a fazer ou não fazer aliança. Fizemos. O governo está bem avaliado, nós participamos do governo. Acho muito difícil romper a aliança. A visão mais geral é que vamos continuar participando do governo com a vice-prefeitura", afirmou Vargas.

O deputado lembrou que o próprio Roberto Carvalho lutou pela aliança com o PSB, em 2008. "Foi exatamente ele que veio, até por vezes forçar a barra, pela aliança", disse Vargas. Carvalho encontraria o comando petista na tarde de hoje. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, também estava em Belo Horizonte para a reunião da executiva e do diretório.