"Nesse momento, obviamente que não. Autoridades muito superiores a minha estão ainda debatendo os assuntos pertinentes a esse senhor. Eu não teria meios nem teria informes que pudessem fazer julgar, favoravelmente ou não, a essa pergunta", disse o ex-vereador, que atualmente tem um cargo na administração municipal do Rio como articulador político do prefeito Eduardo Paes (PMDB). "É um caso que não haveria como examinar. Seria melhor fingir que não recebeu (o pedido de nomeação)".
Reportagem publicada no jornal "Folha de S. Paulo" mostrou que Lupi teve dois cargos de assessor parlamentar em órgãos públicos distintos durante cinco anos. Ele foi lotado no gabinete de Jorge entre outubro de 2000 e novembro de 2005 e teve um cargo na liderança do PDT na Câmara dos Deputados, em Brasília, entre dezembro de 2000 e novembro de 2005.
No fim de 2006, após ser derrotado na eleição ao governo do Rio, Lupi voltou ao legislativo carioca, passou pelo gabinete de Jorge e de Charbel Zaib, outro vereador pedetista, até ser exonerado em fevereiro de 2007 - um mês antes de assumir o Ministério do Trabalho. De acordo com o Diário Oficial do Poder Legislativo do Município do Rio, Lupi foi contratado como consultor no gabinete de Zaib, em cargo de símbolo DAS-9. Na época, a remuneração para essa função era de R$ 7 mil. Atualmente, o valor é superior a R$ 9,5 mil.
Apesar de afirmar que acredita que Lupi tenha desempenhado as funções para qual foi remunerado durante cinco anos e três meses na Câmara do Rio, Jorge não soube explicar que tipo de trabalho o ministro desempenhou. "Acho que ele desempenhou os serviços que lhes eram destinados", disse o ex-presidente da Câmara Municipal do Rio.