Brasília - O relatório da Comissão de Ética da Presidência da República, divulgado hoje (1), considera que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, cometeu "inquestionáveis e graves falhas" como gestor. De acordo com o documento apresentado pela conselheira Marília Muricy Machado Pinto, e aprovado ontem, pela unanimidade da Comissão, os pronunciamentos públicos feitos por Lupi "não se coadunam com os preceitos éticos estabelecidos para a Alta Administração Federal”.
A relatora expôs no documento que as justificativas apresentadas publicamente por Lupi, de que ele não era responsável pela assinatura dos convênios, ou de que confiava em seus subordinados, não correspondem "a responsabilidade que lhe é imputada estando à frente do ministério".
O documento lista as irregularidades atribuídas à pasta e ao ministro. Entre elas, a relatora destaca a cobrança de propina por parte de assessores para resolver pendências de organizações não governamentais (ONGs) conveniadas, e a cobrança feita pela Presidência da República sobre as providências em relação a isso três meses antes das reportagens.
Outro fator considerado pela relatora foi o acórdão do Tribunal de Contas da União que apontou uma "situação crítica" na prestação de contas das entidades que receberam recursos públicos do ministério.