Jornal Estado de Minas

Citando FHC, PT ataca 'nau sem rumo' tucana

AgĂȘncia Estado

A versão preliminar da última resolução de 2011 do PT nacional aproveita o comentário do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a indefinição entre os tucanos para atacar a "nau sem rumo" do PSDB e ao mesmo tempo defender as medidas da presidente Dilma Rousseff diante da crise internacional. A provocação, no entanto, gerou discussão entre os petistas, que deixaram para a semana que vem a divulgação do texto final.

A referência ao ex-presidente tucano, chamado de "guru mor" pelos petistas, está logo na abertura do texto-base discutido nos últimos dois dias, primeiro pela executiva e depois pelo diretório nacional. "Ao reconhecer com sinceridade proverbial que é mais fácil falar do futuro do euro do que do PSDB, o guru mor dos tucanos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, diagnosticou uma parte visível da crise mundial do sistema capitalista e ao mesmo tempo jogou ao mar a nau sem rumo em que se converteu o principal partido da oposição conservadora do País", diz a versão preliminar da resolução.

A partir desta introdução, o documento petista comenta a posição relativamente confortável do Brasil diante da crise econômica internacional, além de elogiar a estimular as medidas do governo Dilma Rousseff de aquecimento da economia e redução dos juros.

Na quinta-feira, o presidente do PT, Rui Falcão, já havia citado a declaração de FHC. "O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que está mais fácil prever o futuro do euro do que do PSDB. Isso é uma boa avaliação, porque a social democracia europeia também entrou em crise. Ela propôs receitas contra a crise que provocaram resultados eleitorais negativos para ela. Talvez ele tenha feito essa associação por aí", afirmou. Ontem, no entanto, Falcão disse que não comentaria versões preliminares da resolução. "Eles (integrantes do diretório) mostram para vocês textos-base que não têm valor efetivo", disse o presidente petista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.