Um dos autores de requerimento para investigar a fraude, deputado Alencar da Silveira Júnior (PDT), acredita que a imagem da Casa tenha ficado prejudicada com o episódio. “Tem que apurar o que aconteceu, só mudar o sistema de votação não resolve. Estão me cobrando explicações sobre o ocorrido o tempo todo”, afirmou.
Sistema biométrico Pelo atual sistema, os deputados estaduais digitam suas senhas nos postos de votação – dois em cada bancada do plenário. Assim, a Casa tem acesso ao posto em que cada parlamentar digitou seu voto. Ciente do problema na votação, que foi anulada e refeita em seguida, a Mesa Diretora da Assembleia determinou o estudo de novas tecnologias para o processo eletrônico de votação na Casa e pode adotar o sistema de impressões digitais para identificar os parlamentares. O sistema biométrico já é usado no Senado Federal e nas assembleias legislativas dos estados de São Paulo e Goiás.
Em nota divulgada no dia seguinte da fraude, a mesa expressou “profunda rejeição a qualquer irregularidade que possa interferir no andamento e resultado dos trabalhos legislativos” e esclareceu que não houve prejuízo pelo fato de as votações terem sido imediatamente anuladas. O deputado Antônio Lerin disse ter se assustado ao saber que seu nome apareceu na votação, pois participava de evento na Câmara Municipal de Uberaba, no Triângulo Mineiro, transmitido ao vivo durante a sessão na Assembleia.
Já Juninho Araújo afirma ter deixado as dependências do Legislativo às 17 horas de quarta-feira e que, portanto, não estava presente na votação. Lerin e Araújo garantem não ter passado as senhas pessoais a ninguém e apresentaram requerimentos à mesa para que apure os fatos. Já Arlen Santiago vem sustentando que estava presente. O presidente da Comissão de Ética, Doutor Viana (DEM), havia dito que, se provocado, abriria investigação, mas não foi encontrado ontem para confirmar quando será instaurado processo.