O líder do governo no Congresso Nacional, senador José Pimentel (PT-CE), também evitou comentar as denúncias que envolveram Lupi e as alegações dele de que foi retirado do cargo por acusações infundadas promovidas por uma campanha midiática. “Eu sou um daqueles que aprendi que quando uma pessoa deixa um cargo o nosso olhar deve ser para frente”, disse o senador.
Segungo o líder, a saída dos ministros é um sinal da maturidade institucional atingida pelo Brasil desde a Constituição de 1988. “Não tenha dúvida que nós estamos desde 1988 criando um ambiente para que as instituições brasileiras funcionem, se fortaleçam e, sobretudo, construam esse país que tem crescimento econômico com inclusão social e distribuição de renda. E as pessoas nesse processo vão sendo substituídas, outras vêm, mas com muita clareza que nós queremos chegar em 2015 sendo a quinta economia mundial. É nesse sentido que estamos caminhando”, declarou Pimentel.
Já para o líder do principal partido de oposição, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a presidenta demorou a demitir Lupi e, com isso, prejudicou a imagem do governo. Na avaliação do líder tucano, Dilma perdeu tempo defendendo o ministro, em vez de afastá-lo.
“Na verdade não houve providência do governo, não houve reação do tamanho do escândalo. Ele não suportou a pressão das denúncias e pediu para ir embora. A presidenta mais uma vez se comportou como advogada de defesa dos ministros denunciados. Foi assim desde a primeira vez, desde o Palocci”, acusou Dias.
Lupi entregou a carta de demissão à Dilma ontem, após enfrentar denúncias constantes na imprensa. A primeira delas envolvia seus assessores mais próximos e tratavam de cobrança de propina dentro da pasta comandada pelo PDT – partido do ministro. Depois disso, o próprio Lupi foi acusado de receber diárias do ministério indevidamente e de viajar no avião particular do dirigente de uma organização não governamental que posteriormente teve contratos com o Ministério do Trabalho. Na semana passada, foi acusado de receber da Câmara dos Deputados sem comparecer ao Congresso Nacional e, por fim, a Comissão de Ética da Presidência da República aconselhou a presidenta a demiti-lo.