Estão na berlinda Arlen Santiago (PTB), Antônio Lerin (PSB) e Juninho Araújo (PTB), que na sessão da noite de quarta-feira não estavam na Assembleia mas tiveram votos computados favoráveis à aprovação de projeto do Executivo que traz uma série de incentivos tributários. Alvo da denúncia feita na hora da votação, Arlen Santiago sustenta que estava presente. Já Juninho Araújo e Antônio Lerin admitem que estavam longe da Casa. A votação foi anulada e refeita depois de constatadas as três ausências, todos parlamentares da base governista.
Integrante da mesa e da oposição, Paulo Guedes protocolou um pedido para ter acesso às gravações da TV Assembleia, que transmitiu ao vivo a polêmica votação, e requisitou ainda as imagens das quatro câmeras de segurança. “Portanto, é impossível a pessoa adentrar o plenário sem ser filmada. Precisamos averiguar essa situação”, afirmou.
Oficialmente, a Mesa Diretora da Assembleia admitiu em nota o problema e informou que, diante do “ineditismo da ocorrência”, iria providenciar mudanças no sistema de votação da Casa. Além de determinar a troca imediata das senhas de todos os 77 parlamentares, o Legislativo fará um estudo de nova tecnologias a serem adotadas, incluindo a biometria. A votação mediante impressões digitais já é usada na Câmara dos Deputados e Senado e nas assembleias de São Paulo e Goiás.
Os dois deputados que admitiram a ausência em plenário na hora da votação também entraram com requerimentos à Mesa Diretora pedindo investigação. Alegam não ter fornecido as senhas e terem sido prejudicados com o episódio. Na hora da votação, Antônio Lerin estava representando a Assembleia em cerimônia na Câmara Municipal de Uberlândia, Triângulo Mineiro, transmitida ao vivo. Juninho Araújo estava em reunião fora da Casa, de onde informa ter saído por volta das 17 horas, sendo que a reunião da noite tem início às 20h.