Brasília – A base aliada do governo na Câmara conseguiu barrar ontem, por 13 votos a 5, a convocação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, para uma audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. A oposição cobra explicações sobre a atuação da P-21 Consultoria e Projetos entre 2009 e 2010. Nesse perído, a consultoria teria ganho aproximadamente R$ 2 milhões. Além disso, a empresa QA Consulting, que pagou à consultoria de Pimentel aproximadamente R$ 400 mil, após ele deixar o cargo, tinha um contrato com a Prodabel, empresal municipal de processamento de dados, no período em que Pimentel ainda era prefeito de Belo Horizonte, segundo matéria publicada na Folha de S. Paulo de ontem.
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), ligou ontem para Pimentel para prestar-lhe solidariedade. “Ele me pareceu bastante tranquilo. Neste momento, com as denúncias no ponto em que estão, Pimentel assegurou que tem condições de prestar todos os esclarecimentos necessários”. Henrique defendeu, contudo, a blindagem ao ministro. “Por que ele viria aqui para ser cobrado por coisas que fazia quando não exercia nenhum cargo público?”, questionou.
O PSDB protocolou ontem mesmo um questionamento na Comissão de Ética Pública e no Ministério Público Federal sobre as consultorias de Pimentel.
Demissão O ex-sócio de Pimentel na P21 Consultoria, Otílio Prado, perderá o cargo de assessor especial do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, ele entregará sua carta de demissão hoje.