O ex-sócio do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio - Fernando Pimentel -, Otílio Prado, pediu demissão, na tarde desta quinta-feira, por meio de carta enviada ao prefeito Marcio Lacerda (PSB). Prado ocupava cargo comissionado no gabinete de Lacerda e atuou durante 15 anos na Prefeitura de BH. Segundo reportagem veiculada no Jornal O Globo nesta semana, Prado e Pimentel lucraram, pela empresa de consultoria P-21, R$ 2 milhões em 2009 e 2010, época em que Pimentel havia deixado a PBH e não havia assumido a função de ministro. Ainda segundo a denúncia, dessa quantia, R$ 514 mil reais foram pagos pela empresa de engenharia Convap, que venceu duas licitações da PBH durante a gestão de Lacerda.

Na carta, o ex-sócio afirma que o pedido de exoneração é “irrevogável” e que não quer “de nenhuma forma criar constrangimento indevido à figura do prefeito (Marcio Lacerda), pessoa pela qual nutro o maior respeito e reafirmo a minha lealdade, e tampouco causar prejuízo à imagem desta administração e também à figura do Ministro Fernando Pimentel”.

Segundo Prado, em novembro de 2010 ele se tornou sócio-gerente da empresa de consultoria, mas até aquele momento permaneceia na condição de sócio minoritário. “Isso se deve ao fato de que toda atividade da empresa P 21 era exercida pelo Ministro Fernando Pimentel, de vez que se tratava de consultoria econômica, principalmente conjuntura econômica, questões afetas à expertise detida pelo ex-prefeito e atual ministro”, pondera.

Nessa quarta, a base do governo Dilma Rousseff blindou Pimentel para livra-lo de ter que se explicar diante das denúncias sobre a atividade de consultoria. O ministro foi defendido ainda pelo presidente do PT, partido ao qual é filiado, Rui Falcão, pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Nesta quinta-feira, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, afirmou que a atividade privada de Pimentel é assunto que diz respeito ao ministro. Pimentel está reunido com Dilma desde o início desta tarde, depois de ele ter participado de uma reunião do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).