O ex-governador de São Paulo José Serra defendeu nesta quinta-feira que sejam investigadas as denúncias, divulgadas pela imprensa, contra o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. A empresa de consultoria do ministro, a AP-21 Consultoria e Projetos, teria faturado mais de R$ 2 milhões com consultoria em 2009 e 2010.
O ex-governador participou do Primeiro Encontro Nacional do PPS Sindical, em São Paulo. Na avaliação dele, o episódio envolvendo Pimentel deve ser tratado com isonomia, fazendo referência ao episódio que envolveu o ex-ministro chefe da Casa Civil Antonio Palocci, que deixou o governo federal após denúncias de enriquecimento com ganhos de sua consultoria. "Aliás, é uma questão de isonomia também, porque outros já tiveram problemas por conta disso", cobrou. "Isso significa o que? Que o ex-ministro Antonio Palocci estava abaixo de qualquer suspeita?" questionou.
Serra concordou com a avaliação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que defendeu no início deste mês que a presidente Dilma Rousseff reduza o número de pastas na reforma ministerial prevista para janeiro. O tucano ponderou, contudo, que um enxugamento da máquina pública não é "a solução da lavoura". Ele defendeu que o governo federal adote uma certificação obrigatória para 23 mil cargos de livre nomeação da administração pública. "Se ela quer mostrar que tem disposição de mudar, a chave é essa", afirmou. "Eu sou a favor de ser mais enxugado, mas isso não é a essência".