Em visita à capital mineira para assinar protocolos de intenção para obras de saneamento e abastecimento de municípios na Região Norte e dos vales do Jequitinhonha e Mucuri, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (PSB), afirmou nessa segunda-feira que está à disposição do Congresso Nacional para explicar as denúncias de atraso nas obras de transposição do Rio São Francisco e disse que, apesar de problemas pontuais apontados pela imprensa, a obra continua como uma das prioridades do governo federal e neste ano foram mais de R$ 560 milhões gastos com o projeto.

“Nos colocamos à disposição para prestar todas as informações necessárias e estamos fazendo encontros mensais com a imprensa para apresentar os balanços sobre a obra”, explicou Bezerra. Sobre a deterioriação das estruturas de concreto do novo canal que vai levar água do São Francisco até o sertão nordestino, o ministro ressaltou que são problemas comuns em grandes obras. “É muito normal as placas se despregarem em função do sol intenso. Mas os contratos de execução já preveem a reposição das peças, e as situações ruins acontecem em apenas determinadas extensões do canal. Hoje temos quase 500 quilômetros abertos e a obra está avançando.”

Em relação à paralisação de alguns trechos, Bezerra lamentou a interrupção e apresentou nova data para o retorno das obras. “Temos infelizmente seis lotes paralisados à espera de reajustes dos aditivos, mas esperamos que até fevereiro eles sejam todas retomados. A obra não está abandonada ou parada, ela enfrenta dificuldade porque foi licitada em cima de projetos básicos que precisaram sofrer grandes ajustes. Hoje são 14 frentes de serviço, que representam uma extensão de mais de 700 quilômetros e estarão concluídas no fim de 2015”, garantiu o ministro.

Nova Barragem

Bezerra e o governador Antonio Anastasia (PSDB) assinaram ontem na Cidade Administrativa um protocolo de intenção para elaboração de estudos socioambientais para implantação da barragem de Congonhas, entre os municípios de Grão Mogol e Itacambira, no Norte de Minas. A obra, que vai garantir o abastecimento de água para mais de 500 mil pessoas, é uma antiga reivindicação da região e desde 2004, quando foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vem sendo cobrada por políticos locais.

Serão mais de R$ 200 milhões investidos, sendo que R$ 6,8 milhões serão liberados ainda este mês para que os estudos socioambientais sejam acelerados. “Não podemos imaginar o Brasil sem miséria com falta d’água, com ausência de condições mínimas para que a pessoa possa ter não só a sua subsistência”, disse o governador Antonio Anastasia.

Abastecimento

Além dos investimentos na nova barragem, Bezerra e Anastasia anunciaram a construção de mais de 600 sistemas de abastecimento de água simplificado na Região Norte e vales do Jequitinhonha e Mucuri. A parceria entre o governo federal e o estadual prevê investimentos de mais de R$ 80 milhões até 2014 e tem como objetivo implementar a expansão de sistemas de captação, armazenamento e distribuição para consumo humano em áreas rurais do estado.