Lula sempre buscou ao máximo a unidade nas disputas municipais e estaduais para evitar o desgaste de ter que subir em mais de um palanque e desagradar possíveis aliados. Os indícios de que Dilma é uma boa aluna haviam sido detectados pelo próprio ex-presidente em 2010, após discurso da então pré-candidata pelo PT na inauguração da nova sede do Sindicato dos Trabalhadores de Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd). “A bichinha está palanqueira. Palanqueira de primeira”, afirmou ele ao presidente do sindicato, Antônio Neto, arrancando risadas dos presentes no evento.
Com o início das articulações partidárias para as eleições de 2012, Dilma tem ouvido de seus aliados que as disputas municipais são fundamentais para que as legendas mostrem suas forças e se cacifem para as eleições de 2014. O PSB, por exemplo, liberou o partido para fazer as coligações que forem mais convenientes para turbinar seu poder político. O PMDB, temendo perder o prestígio junto ao Palácio do Planalto, avisou que lançará candidatos em todas as capitais, inclusive em São Paulo, com o deputado Gabriel Chalita resistindo a uma aliança em primeiro turno com o petista Fernando Haddad.
Adversários
A experiência de Lula conseguia cicatrizar feridas pós-eleitorais com mais facilidade. Dilma começa a ensaiar esses passos e buscará evitar ao máximo gestos que possam provocar ciúmes. E, nos locais onde for possível operar o consenso, agirá intensamente, como fez na capital paulista, onde ajudou a convencer a senadora Marta Suplicy a abandonar a disputa.