Um mutirão de arquitetos funcionários da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tenta salvar de novos atrasos as obras da sede do Memorial da Anistia Política, que será erguida onde funcionava a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) no Bairro Santo Antônio, Região Sul de Belo Horizonte. O grupo foi criado depois que a empresa vencedora da licitação para fazer o projeto arquitetônico do memorial, a Soubhia, do interior de São Paulo, não conseguiu entregar o serviço.
A expectativa era que a obra fosse concluída em julho de 2010. Com o atraso, a conclusão do memorial não acontecerá antes de setembro de 2013. “Nossos arquitetos têm colaborado muito. No entendimento da UFMG, é um projeto muito importante para o Brasil”, diz a presidente do Comitê de Implantação do Memorial da Anistia Política, Rocksane de Carvalho Norton, vice-reitora da universidade.
A construção está sob responsabilidade do Ministério da Justiça e da UFMG. Por causa do atraso nas obras, a universidade teve que devolver R$ 5,8 milhões de um total de R$ 7,7 milhões liberados pelo governo federal para o monumento. Segundo o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, que esteve nessa terça-feira em Belo Horizonte para discutir o andamento do projeto, com a construção do memorial a sociedade está “nadando contra a cultura do esquecimento”.
De acordo com a presidente do comitê de implantação do projeto, com o apoio dos arquitetos da UFMG, a Soubhia está conseguindo superar as dificuldades iniciais do projeto. O centro será o mais importante do país no resgate da luta contra a Ditadura Militar.
História
A decisão de escolher a antiga Fafich – escola criada em 1939 e incorporada à UFMG em 1948 – para abrigar o Memorial da Anistia partiu de comissão formada pelo Ministério da Justiça em 2007. Foram analisados outros dois prédios. O da primeira delegacia de polícia no Rio de Janeiro, e uma antiga sede da Polícia Federal, em São Paulo.
Uma das construções que depois de reformada irá abrigar o memorial em Belo Horizonte é conhecida como Coleginho e foi erguida para servir de sede para uma escola de ensino médio. Depois transformada em faculdade, virou símbolo da resistência contra a ditadura militar..