O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), descartou nesta sexta-feira a possibilidade de o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, renunciar ao cargo a exemplo do que fez Antonio Palocci, quando saiu da Casa Civil da Presidência, em junho último, sem explicar o crescimento de seu patrimônio em 20 vezes, entre 2006 e 2010. Jucá afirmou que a base parlamentar do governo está "satisfeita" com as explicações dadas pelo ministro e que ele não tem razão para deixar o cargo.
O parlamentar disse acreditar que o "caso Pimentel" está encerrado no Congresso, apesar de o ministro ser obrigado pela Constituição a responder, no prazo de 30 dias, um requerimento de informações encaminhado ontem pelo líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR). Afirmou, ainda, que cabe agora à Receita Federal e à sociedade tirar suas conclusões sobre o procedimento do ministro petista. "Esta é uma página virada, o ministro Pimentel explicou o que tinha de explicar", alegou.
Jucá negou haver tráfico de influência nas atividades de Fernando Pimentel como consultor. "Até agora ele mostrou que seu papel de empresário, dando consultoria quando não fazia parte do governo, não tem nenhuma relação com a transparência governamental, no que diz respeito às ações do ministério", justificou.
Com relação ao governo, Jucá lembrou que cabe à presidente Dilma Rousseff "nomear, demitir ministro ou determinar como a máquina deve funcionar". Ele rebateu a suspeita de que Pimentel estaria recebendo um tratamento privilegiado, se comparado à forma como a presidente Dilma agiu em relação a ministros que deixaram as pastas sob suspeitas de irregularidades. "Claro que o governo tem transparência, tem responsabilidade e qualquer fato ligando a denúncia ao governo tem de ser explicado. É isso que os ministros têm feito e nós vamos continuar na mesma linha", concluiu.