De acordo com o processo licitatório feito em 2006, o custo total é de R$ 239.895, mas o secretário de Administração admite que, com os serviços complementares, já foram gastos cerca de R$ 500 mil. Oto Freitas rebate as críticas de que a prefeitura deveria investir em outras prioridades, como casas populares para famílias carentes: “O investimento se justifica pela necessidade do estímulo ao turismo”.
Memória
Patrimônio derrubado
Na decada de 1970, Bocaiúva viveu outra polêmica em torno de uma construção de cunho religioso, quando foi construída a atual Matriz do Nosso Senhor Bonfim, padroeiro da cidade. Com a inauguração do novo templo, em junho de 1979, acabou sendo jogada no chão a antiga igreja do Senhor do Bonfim, edificada no século XVIII. A derrubada do prédio histórico gerou protestos por parte de alguns moradores.
O pároco da cidade era dom Geraldo Magela de Castro, atual arcebispo emérito de Montes Claros. O escritor e historiador Juca Brandão, morador de Bocaiúva, lembra que a antiga capela estava em péssimo estado de conservação. “A igreja corria risco de desabar em cima das pessoas. Algumas queriam que ela fosse recuperada, mas faltavam recursos”. Há registros da construção de 1817, na época que o estudioso francês August de Saint Hilaire percorreu o Norte. Dom Geraldo Magela de Castro, de 81 anos, conta que, além do risco de desabamento e da falta de verbas, a construção ficava em frente a nova matriz, atrapalhando a passagem dos fiéis. Segundo ele, a resistência foi de uma “minori ade saudosistas”. A decisão foi repassada aos moradores. “A maioria optou pela derrubada. No dia da demolição, teve gente que chorou.