Na rede, fotos dos vereadores que votaram a favor do projeto e o pedido de troco nas urnas. Nos protestos, a campanha pedindo o veto de Marcio Lacerda também divulga os nomes dos que aprovaram o próprio aumento e decreta: “Nas urnas eu veto”. Há ainda um modelo de carta a ser enviado a Lacerda para pedir o veto à lei. Também estão sendo divulgadas fotos e nome dos únicos que votaram contra o reajuste: Neusinha Santos (PT), Iran Barbosa (PMDB) e Arnaldo Godoy (PT).
Os três, no entanto, apesar de terem registrado o “não”, assinaram documento renunciando ao prazo para apresentar emendas. Além de não tentarem emendar o texto, deixaram de usar meios regimentais de obstrução, como geralmente faz a oposição para atrapalhar a votação de projetos aos quais é contrária. Na ocasião, Neusinha alegou que não poderia apresentar emenda por se tratar de projeto da Mesa Diretora, mas o regimento da Câmara não traz qualquer impedimento.
O resultado da votação ainda não foi encaminhado ao Executivo, que terá prazo de 15 dias para sancionar ou vetar o reajuste. Antes, ele precisa ser provado em redação final e terá cinco dias para receber emendas de texto. Procurado pela reportagem, o prefeito Marcio Lacerda não retornou as ligações. Sua assessoria informou que ele só se posiciona sobre projetos da Câmara oficialmente e que a decisão será conhecida quando for publicada.
Mais despesas
O presidente da Câmara, vereador Léo Burguês (PSDB), disse que, apesar de não ter conversado com o prefeito, acredita que Lacerda vá sancionar o reajuste. O tucano disse entender os protestos. “Salário de político no Brasil hoje é indefensável porque a classe está muito malvista. E a população não teve a percepção de que trata-se de uma correção de quatro anos e que eles vão ficar mais dois anos congelados. Além disso, infelizmente, a população de um modo geral – e principalmente os professores – ganha mal, então é uma comparação difícil de se fazer”, alegou.
Os vereadores voltam nesta terça-feira às votações com cerca de 60 projetos para apreciar. Na lista, um texto que cria 12 cargos comissionados na Casa e reajusta gratificações, custando pelo menos R$ 1.162.578,33 aos cofres municipais. Também o projeto que cria a Operação Urbana Simplificada do Centro de Convenções BH e duas parcerias público-privadas.