A relatora atribuiu ao desemprego crescente no mundo, por causa da crise internacional, o aumento do número de casos de trabalho escravo. Já o tráfico de seres humanos para remoção de órgãos, conforme a senadora, é um crime muito complexo, por envolver profissionais qualificados (principalmente médicos com especialização em transplantes de órgãos) e instituições de saúde de considerável aparato tecnológico.
O relatório estima em 75 mil o número de mulheres brasileiras que se prostituem em países da União Europeia. A cada ano, de acordo com o relatório, aliciadores levam de 800 a 900 mulheres brasileiras para o exterior, onde são exploradas pela indústria do sexo. De acordo com a Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres (Pestraf), citada no relatório, a Espanha (36%) é o principal destino das mulheres brasileiras, seguida de Portugal (20%), Itália (8%), França (6%), Israel (6%), Suíça (6%), Estados Unidos (6%) e Japão (4%).
O relatório, que já foi entregue ao presidente do Senado, José Sarney, será enviado à Polícia Federal para que sejam investigados casos levantados durante as diligências da CPI, como as rotas de tráfico de travestis e transexuais entre Belém e São Paulo e as que abastecem garimpos do interior do Pará com mulheres jovens de Belém.