Cecília Reis Aquino, estudante do 7º período do curso de ciências do estado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e uma das organizadoras da manifestação, espera que o evento seja capaz de mostrar aos vereadores e ao prefeito Marcio Lacerda a indignação da população com o aumento salarial para os parlamentares. O movimento ainda planeja organizar um abaixo-assinado para entregar ao prefeito. “A população tem que ter uma tomada de consciência. As pessoas não sabem o poder que têm”, argumentou.
O protesto ganhou o aplauso do aposentado Luiz Siqueira Neto, de 79 anos. “É um absurdo. O povo passando fome e os vereadores querendo esse salário”, reclamou. A professora Solange Mendes de Morais, de 40 anos, disse esperar que o prefeito Marcio Lacerda vete o projeto de lei, barrando o novo salário dos vereadores. “Por que não aumentam na mesma proporção os salários da saúde e educação?” A também professora Rita Tomich fez questão de cumprimentar alguns manifestantes. “Um salário de R$ 15 mil é demais. Cada um tinha que ganhar de acordo com o que trabalha”, disse.
Trânsito Embora o movimento tenha sido pacífico, o clima esquentou quando os manifestantes fecharam toda a pista da Afonso Pena, no sentido Mangabeiras, paralisando o trânsito. Diante da negativa aos apelos da Polícia Militar para que liberassem a passagem dos automóveis, o fluxo foi desviado para a Rua da Bahia. O protesto seguiu então para o outro lado na avenida, bloqueando todo o quarteirão entre as ruas da Bahia e Guajajaras. Depois de um acordo entre os próprios manifestantes, eles voltaram a se concentrar em apenas duas faixas da avenida.
O prefeito Marcio Lacerda disse ontem à tarde que não vai antecipar sua decisão porque “o assunto requer calma e responsabilidade". O projeto aprovado ainda tramita na Câmara Municipal para redação final. Assim que for enviado ao Executivo, o prefeito terá 15 dias para sancioná-lo ou vetá-lo. (Colaborou Jefferson da Fonseca Coutinho)