Jornal Estado de Minas

Aécio defende aliança formal com o PSB para prefeitura de BH

Segundo ele, ao contrário de 2008, quando os tucanos orbitaram na coligação do PSB com o PT, em 2012 a parceria terá de ser formal

Alice Maciel
O senador Aécio Neves (PSDB) disse nesta sexta-feira que o seu partido não aceita uma aliança informal com o PSB, de Marcio Lacerda, para a prefeitura da capital. Segundo ele, ao contrário de 2008, quando os tucanos orbitaram na coligação do PSB com o PT, em 2012 a parceria terá de ser formal. “Não há qualquer cogitação de que a aliança no ano que vem não seja formal”, disse Aécio em entrevista coletiva ontem no Palácio das Mangabeiras. As eleições de 2014 também foram abordadas pelo senador mineiro. Ele sinalizou para uma possível parceria PSDB/PSB para as eleições presidenciais e destacou que a aliança já existe em vários estados. “Nós temos que dar tempo ao tempo. O PSB participa hoje da base de governo federal, mas em 2013 ou em 2014 as coisas podem estar diferentes.”
Para Aécio Neves, a má gestão dos petistas vai contribuir para que os socialistas se unam aos tucanos. “Esse modelo do PT vai chegar ao final cansado, exaurido. Ele perdeu a capacidade de iniciativa, não houve nenhuma iniciativa estruturante nesses últimos anos”, disse acrescentando que a presidente Dilma terá mais problemas em 2012 por ser ano eleitoral. Esse seria o momento, segundo o tucano, para o PSDB apresentar um novo projeto aos brasileiros e, com isso, fazer mais aliados.

Em Belo Horizonte, segundo o tucano, as conversas com o PSB para as eleições do ano que vem já estão avançadas. Apesar de defender a união entre os dois partidos, o senador disse que a decisão será tomada pelas direções municipal e estadual do PSDB – que também já sinalizaram o desejo em reeditar a parceria. Questionado sobre a participação do PT na coligação, Aécio esquivou-se: “Não é com o PT a nossa aliança. É com o prefeito de Belo Horizonte, que é do PSB, assim como o PSDB está aliado ao PSB em inúmeros estados brasileiros”.

O senador mineiro reafirmou que a partir de março o PSDB vai fazer seminários mensais em todas as regiões do país no sentido de debater temas que vão permear as candidaturas municipais e a federal. “A partir de 2013, aí sim o PSDB tem de dizer com muita clareza o que pensa, o que faria diferente do que está aí”, acrescentou.

Reorganizar Ao avaliar o desempenho do PSDB neste ano, Aécio Neves disse que seu partido, que saiu fragilizado e dividido das últimas eleições, aproveitou para se reorganizar e está vivendo uma nova etapa. “O partido se organiza, se estrutura de forma mais sólida no país inteiro, fortalecendo seus movimentos internos, de juventude, mulheres, sindical”, ressaltou. Para ele, o primeiro ano de governo é daqueles que vencem as eleições e a expectativa se dá em torno daqueles que são cobrados pelas promessas que apresentaram durante a campanha. “Aí eu acho que o governo do PT falhou. A agenda hoje necessária para o Brasil é a mesma agenda de 20 anos atrás. Então, nesse aspecto, o governo passou um ano apenas reagindo. Reagindo às inúmeras denúncias de corrupção, de malfeitos, para usar um termo de que a presidente gosta muito. E acabou o governo perdendo o foco. Não tivemos espaço para discutir os grandes temas”, criticou.