Barbalho obteve 1,8 milhão de votos nas eleições do ano passado. No entanto, teve seu registro negado pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa e não pôde tomar posse por ter renunciado ao cargo de senador em 2001 para escapar de possível processo de cassação.
O político recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a validade da nova lei. Na época, houve empate na votação. Cinco ministros votaram contra e cinco votaram a favor. Desde então, Jader Barbalho recorreu sucessivamente à Justiça para ter direito a assumir o mandato. O caso só foi resolvido em março, já com a presença de Luiz Fux na décima primeira cadeira da Corte.
O STF entendeu que a Ficha Limpa não poderia valer para as eleições de 2010, uma vez que a norma deveria esperar um ano para produzir efeitos por alterar o processo eleitoral.
Nesses onze meses em que ficou impedido de assumir o mandato, a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) ocupou sua vaga. Ela ficou em quarto lugar nas eleições. Isso só foi possível porque, além de Barbalho, o terceiro colocado nas eleições, Paulo Rocha (PT), também teve o registro negado por causa da Lei da Ficha Limpa. Com a anulação dos efeitos da lei para 2010, os dois se tornaram novamente elegíveis.
Marinor Brito chegou a recorrer ao STF, alegando que a posse de Barbalho não poderia ser feita durante o recesso parlamentar. Entretanto, o ministro Carlos Ayres Britto, negou a liminar alegando que o regimento interno do Senado prevê posse de senadores durante o recesso.