O projeto de lei que concede reajuste de 61,8% aos vereadores de Belo Horizonte continua provocando polêmica. O movimento “Veta Lacerda” que pede que o prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB) barre o aumento dos parlamentares municipais, convocou os moradores da capital a ligarem para o gabinete do prefeito para demonstrar a indignação e repúdio à possível aprovação do projeto de lei. A manifestação foi organizada através do perfil no facebook, que divulgou números do gabinete do prefeito para que as pessoas entrassem em contato.Inicialmente agendada para que as ligações fossem feitas às 10hs da manhã, a manifestação acabou se estendendo para todo o dia. No perfil do movimento no facebook, várias pessoas comentaram que ligaram para os números sugeridos – 3277-4141, 3277-9798 e 3277-4040. Algumas relataram que não foram atendidas, outras tiveram os endereços de e-mail anotados para receber resposta posteriormente.

A assessoria de imprensa da Prefeitura de Belo Horizonte confirmou que o número 3277-4141 é do gabinete, mas não soube informar sobre a quantidade de ligações recebidas. A assessoria informou que até o início da noite não havia recebido o projeto de lei.

Assim que recebê-lo, o prefeito terá 15 dias para avaliar a viabilidade do novo vencimento. A fatura política do aumento salarial votado pelos vereadores de BH tem recaído sobre o prefeito Márcio Lacerda. Desde que o projeto foi aprovado, uma corrente na internet pede para que Lacerda vete o aumento. No dia 21 de dezembro do ano passado, cerca de 200 estudantes, sindicalistas e integrantes de entidades da sociedade civil passaram a manhã na porta da prefeitura em protesto contra o aumento.

O salário de um vereador da capital passará de R$ 9.288,05 para R$ 15.031,76 (75% da remuneração dos deputados estaduais) na próxima legislatura, pleito que terá a maioria dos 41 vereadores como candidatos à reeleição. O índice acima da inflação – nos quatro anos de mandato a previsão é de um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 24,03% – foi aprovado por 22 parlamentares no dia 16 de dezembro, em segundo turno. Os únicos três que votaram contra – Neusinha Santos (PT), Iran Barbosa (PMDB) e Arnaldo Godoy (PT) – também não apresentaram emendas modificando a proposta.