Atingidas pelas águas neste janeiro, 26 cidades mineiras que integraram a lista das 109 em estado de emergência em 2011 ainda não tiveram as obras para recuperação dos desastres causados pelo período chuvoso anterior concluídas. Quatro delas, incluindo Ervália, que voltou à lista de alto risco da Defesa Civil, ainda não receberam recursos do estado sequer para dar início às obras. Outras 10 só foram autorizadas a iniciar os trabalhos ontem. Até o momento, foram efetivamente aplicados apenas R$ 39,6 milhões dos R$ 70 milhões anunciados em fevereiro de 2011 pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra e pelo governador Antonio Anastasia (PSDB) para os municípios atingidos pelas chuvas. O valor já investido equivale a 56,5% do previsto.
Nessa quinta, representantes da Defesa Civil estadual se reuniram com agentes do governo federal pressionando-os para agilizar os procedimentos de reconhecimento, por parte da União, de situação de emergência nos municípios mineiros mais afetados pelas chuvas neste ano. A expectativa é facilitar a liberação de recursos da União para as cidades.
Quando fez o acordo com Bezerra no ano passado, Anastasia destacou que o dinheiro – R$ 50 milhões do ministério e R$ 20 milhões do estado – seria aplicado na recuperação da infraestrutura das cidades atingidas, como vias públicas, estradas, pontes e casas. Entretanto, das 109 em emergência, apenas 30 tiveram as obras concluídas. Em 65, os trabalhos ainda estão em andamento e em 10 tiveram início ontem e em quatro nem sequer foram iniciados. Em entrevista na terça-feira, o governador creditou a demora ao “ritmo próprio” das empreitadas públicas.
Durante o encontro com o tucano no ano passado, o ministro Fernando Bezerra também garantiu que além dos recursos repassados para o trabalho de recuperação das cidades, outras ações seriam realizadas pelo governo federal. Entre elas, ele destacou a construção de casas para as famílias atingidas, além de ações de prevenção. Entretanto, Minas não recebeu nenhuma verba de prevenção pelo Ministério da Integração em 2011. As chuvas que arrasaram os municípios mineiros foram esquecidas pelo ministro. Ele não retornou a Minas depois de fevereiro para anunciar novas ações ou vistoriar como estava sendo aplicado o dinheiro liberado pela pasta.