Em termos absolutos, o Ministério da Previdência Social concentrou a maior quantidade de casos de irregularidades - 138 servidores foram expulsos durante o ano passado. Em seguida nesse ranking está o Ministério da Justiça - 133 servidores afastados. O Rio de Janeiro foi o Estado com a maior quantidade de servidores demitidos ou afastados de cargos em comissão: 120.
Nos últimos oito anos, 3.013 servidores federais foram demitidos outros 304 foram afastados dos cargos de confiança que ocupavam e 216 pessoas tiveram a aposentadoria cassada. No total, de 2003 a 2011, 3.533 servidores foram expulsos da administração.
Desse total, mais da metade dos servidores foram punidos por prática de corrupção. Pelos dados da CGU, 1.887 servidores foram punidos porque estavam se valendo do cargo para obter vantagens indevidas. Por improbidade administrativa, 1.133 servidores foram afastados. E 325 servidores foram expulsos por terem recebido propina.
Além desses motivos, quase 800 servidores foram demitidos simplesmente por não trabalhar: 511 foram expulsos por abandono do cargo e 288 foram punidos por desídia. E na maior parte de todos os casos processados durante os últimos oito anos, os servidores cometiam mais de uma irregularidade passível de expulsão dos quadros públicos.
Todos esses servidores responderam a processos administrativos disciplinares e tiveram chance de se defender e de contestar as acusações. Com base nos dados divulgados pela CGU não é possível saber se há servidores demitidos por envolvimento em grandes esquemas de corrupção descobertos pela Polícia Federal. Também não é possível por meio desses dados saber quanto tempo levou a administração pública a demitir esses servidores.
O secretário-executivo da CGU, Luiz Navarro, afirma que a aplicação dessas penalidades administrativas é a opção mais rápida e eficaz para evitar a impunidade. "A intensificação das expulsões decorre da determinação do governo de combater a corrupção e a impunidade. Assim, a administração deixa de ficar apenas à espera da punição pela via judicial, que é demorada, e passa, ela própria, a administração, a aplicar as punições de sua alçada", diz Navarro.