Jornal Estado de Minas

Reforma do secretariado de Anastasia ainda é um suspense

Aguardada para o mês que vem, medida tem como principal ingrediente as eleições municipais, mas agrados a partidos aliados também estão no cardápio

Bertha Maakaroun - enviada especial

Prevista para fevereiro, a reforma do secretariado de Antonio Anastasia (PSDB) deixa em suspense até mesmo os aliados mais próximos. Três potenciais candidados às prefeituras em cargos de primeiro escalão, além de outras pastas importantes que sofrerão mudanças para a acomodação de partidos aliados, estão na mira para as mudanças.

 

Para concorrer à Prefeitura de Montes Claros, nomes no governo não faltam. Gil Pereira (PP), secretário de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, e Carlos Pimenta (PDT), secretário de Estado de Trabalho e Emprego, são possíveis candidatos. A ideia é de que apenas um deles concorra. Ainda do mesmo grupo político, deputado federal que assumiu a terceira suplência aberta com a indicação de parlamentares democratas e do PSDB para as secretarias de governo, Jairo Athaíde (DEM) é também pré-candidato.

 

“Depois de conversar com o governador e com o diretório municipal do PDT, gostaria de me reunir com o Gil e o Jairo”, afirma Carlos Pimenta, que acrescenta: “Só seria candidato a prefeito se fosse em acordo, o nome único a ter o apoio do Palácio Tiradentes”. Carlos Pimenta é, entre os três, o mais forte. Gil Pereira já concorreu três vezes. Jairo Athaíde, ex-prefeito, pode ter problemas com a aprovação de contas pela Câmara Municipal de gestão passada à frente da prefeitura. Se Carlos Pimenta se viabilizar, a tendência é de que a pasta se mantenha com o PDT. Um provável nome é o do deputado estadual Luiz Carlos de Miranda, sindicalista de Ipatinga, que assumiu a cadeira na suplência de Pimenta.

 

Também o secretário de Estado de Gestão Metropolitana, Alexandre Silveira (PSD), é um nome lembrado para concorrer à Prefeitura de Ipatinga, como alternativa para enfrentar o grupo do PT de Chico Ferramenta. Não é, porém, a opção política preferida por Silveira. “Não está em meus planos”, afirma, assinalando que tem consolidado um patrimônio político em todo o Leste mineiro e perderia sua representação caso viesse a assumir a Prefeitura em Ipatinga. “Mas em política a gente não pode descartar completamente”, acrescenta Silveira.

 

O secretário, no entanto, poderá ser chamado a concorrer em Ipatinga, município em que o governo do estado quer consolidar a hegemonia, após derrotar o PT, que durante décadas governou a cidade e espalhou a sua influência política na região. Se Silveira deixar o governo para disputar a sucessão em Ipatinga, o PSD, que hoje já reivindica mais espaço no governo, poderá ser aquinhoado com a cobiçada Secretaria de Transportes e Obras Públicas.

 

Atualmente, está à frente da pasta o deputado federal Carlos Melles (DEM). Para substituir Melles, um nome cotado é o do deputado federal Marcos Montes (ex-democrata), agora no PSD. Embora lembrado para concorrer à Prefeitura de Uberaba, Montes é categórico: “Já fui prefeito duas vezes. Não sou candidato. Temos três nomes em nosso grupo político”, afirma, referindo-se ao deputado Lerin (PSB), o vereador Almir Silva (PR) e o diretor do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), Maurício Cecílio (PSDB). A escolha de Marcos Montes resolveria duas situações: além de dar ao PSD uma pasta de peso, manteria a cadeira do suplente Bonifácio Andrada (PSDB), que a perderia com a volta de Melles e de Silveira, ao longo da campanha, à Câmara dos Deputados.

 

Líder

 

Ao mesmo tempo em que se especula sobre o eventual retorno do secretário de Estado de Defesa Social, Lafayette Andrada (PSDB), à Assembleia Legislativa, não é o seu nome que cresce para substituir o líder do governo, Luiz Humberto Carneiro (PSDB), pré-candidato confirmado às eleições em Uberlândia. Com bom trânsito junto à base do governo e também com interlocução junto à oposição, o líder do Bloco Transparência e Resultado, Bonifácio Mourão (PSDB), é o preferido dos deputados e do governador. Anastasia foi assessor de Mourão quando o deputado relatou a Constituinte Mineira, com quem mantém uma relação de confiança diferenciada. O estilo low profile faz dele um excelente negociador na Casa.