Jornal Estado de Minas

Interesses da Prefeitura de BH emplacaram na Câmara Municipal em 2011

Alice Maciel
Os interesses do Executivo também predominaram na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Apesar de ter sofrido ameaças de resistência durante o ano, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), só teve um dos seus projetos de lei rejeitado. Dos 37 encaminhados no ano passado ao Legislativo, 27 (ou seja, 73%) tiveram o apoio da Casa e já viraram lei. Nove propostas ainda tramitam, sendo que quatro só estão aguardando o veto ou a sanção do prefeito para começar a valer. Se fosse uma competição de quem conseguisse o maior número de projetos apresentados transformados em lei, os vereadores juntos sairiam perdendo para Lacerda.
Dos 635 projetos de lei apresentados pelos parlamentares, 136 (21%) foram aprovados e sancionados pelo Executivo. O veto do prefeito aos projetos da Câmara gerou insatisfação até mesmo entre os aliados. Os números mostram, entretanto, que tudo não passou de ameaça. O presidente da Câmara, vereador Léo Burguês (PSDB), garante estar tentando minimizar as diferenças entre os dois poderes. “ Sempre procuro, inclusive nas reuniões extraordinárias, colocar os projetos dos vereadores”, observa.

O tucano reconhece que a força do Executivo é maior, mas alega não ser apenas na esfera municipal: “Em todas as casas legislativas do país”. Ele critica essa relação de dependência. “Está acontecendo uma distorção na democracia. Os vereadores e deputados têm uma relação de dependência muito forte dos governantes. Isso é muito ruim”, opinou.

Entre as propostas encaminhadas por Lacerda e aprovadas pelos vereadores no ano passado que geraram revolta entre os belo-horizontinos estava a que autoriza a venda da Rua Musas, no Bairro Santa Lúcia, Região Centro-Sul. A prefeitura acabou vencendo, com a justificativa de que a proposta está inserida nas ações para viabilizar a cidade a receber os jogos da Copa’ 2014. Na lista dos 27 projetos de autoria de Lacerda que viraram lei em 2011 estão os que autorizam os empréstimos, somando R$ 375 milhões, e o que concede reajuste aos servidores municipais.

Rejeitado A rejeição do único projeto do Executivo foi motivada por uma falha da vereadora Pricila Teixeira (PTB), que presidia a sessão. Ela encerrou as votações antes da hora e apenas 27 vereadores votaram, um a menos que o necessário para aprovação. A proposta, que autoriza a construção de um centro de convenções na Região Nordeste, já voltou a tramitar e deve receber o sim dos parlamentares ainda este ano.