Jornal Estado de Minas

Ex-prefeito de Juiz de Fora, Bejani diz que vai se eleger em 2012 'só com a bênção de Deus'

Juliana Cipriani
Um caso à parte é o do ex-prefeito Carlos Alberto Bejani (PSL), que renunciou ao cargo em 2008 depois de ser preso e ter sua cassação pedida pela Câmara de Juiz de Fora. Ele depende de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Lei Ficha Limpa, que, caso seja considerada válida para o pleito de 2012, o tornará inelegível em outubro. A Corte discute se aqueles que deixaram os cargos para evitar punição – caso dele – serão enquadrados. Recém-convertido à Igreja Batista e estudando teologia para se tornar pastor, Bejani garante que vai participar do pleito. Se será como candidato ou apoiador de alguém, dependerá do que “Deus colocar em seu coração”.
Alheio à discussão da Ficha Limpa, o ex-prefeito diz não seguir as leis dos homens, mas somente os mandamentos divinos. Um deles, no entanto, Bejani é acusado de descumprir. O político foi preso em 2008 durante a Operação Pasárgada, deflagrada pela Polícia Federal, que apontou o desvio de verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) por prefeitos. Ele foi encontrado em casa com uma arma de uso exclusivo das Forças Armadas e R$ 1,1 milhão em espécie.

“Acho um absurdo (a Lei Ficha Limpa) retroagir. Renunciei porque estava preso e para dar governabilidade à cidade . Se soubesse que poderia ficar inelegível não teria feito. Mas não quero discutir com os homens, eles deveriam seguir os mandamentos da lei divina”, afirmou.

O ex-prefeito, que agora tem uma empresa de construção civil, se diz injustiçado. “Minha prisão foi dada como ilegal pelo Supremo. Fiquei 96 dias preso por quê? Nunca tirei um centavo de ninguém, minhas contas foram aprovadas na prefeitura”, disse. Bejani disse ter sido vítima do jogo político. “Foi porque sabiam que eu podia disputar o governo de Minas. Fazia um bom governo na prefeitura e agiram de golpe, mas não tenho mágoa, torço pela saúde de todos eles”, disse, sem apontar quem seriam seus opositores.

Se não for candidato, o ex-prefeito diz que sua mulher, Vanessa Bejani, seria uma alternativa para concorrer. Nenhum dos dois participando, ele escolherá entre os nomes colocados. “Depende do que Deus colocar em meu coração. Se não for como candidato participarei como militante. Vou escolher quem administra pensando no ser humano, porque todo aquele que administra pensando no concreto faz estrada por onde o ser humano não passa”, afirmou.