Enquanto parte do PT se articula para repetir a aliança com o PSB, do prefeito Marcio Lacerda, o presidente do PT em Belo Horizonte e vice-prefeito, Roberto Carvalho, fará um ato na segunda-feira em prol da candidatura própria. O dirigente vai reunir sindicalistas, jovens e representantes de movimentos sociais, além de filiados para mostrar o “peso” de sua tese. Vai apresentar, ainda, um manifesto assinado por cerca de 2,5 mil petistas.
“A base está demonstrando o que quer. Pela primeira vez na história do PT, os filiados estão unidos e se manifestam conjuntamente sobre uma tese”, afirmou Carvalho. De acordo com o vice, o grande número de adesões aponta para o encontro que vai definir os rumos do partido. No último, explica, foram 4,5 mil participantes.
De acordo com Roberto Carvalho, serão vários manifestos. Também se posicionarão pela candidatura própria os grupos de sindicalistas, juventude e movimentos sociais. O presidente não compareceu à entrega do documento dos aliados do prefeito Marcio Lacerda pedindo a aliança. Disse ter outros compromissos e minimizou a inscrição da tese. “É uma falácia dizer que não iria ter encontro. Foi apenas a um pré-requisito de inscrição de uma tese de que as bases partidárias vão decidir”, afirmou.
Um dos principais defensores da dobradinha com o PSDB pela eleição de Lacerda em 2008, Roberto Carvalho agora érompido com o socialista e defende uma candidatura contra ele. “Acho que a experiência não deu certo, daí eu defender a candidatura própria neste instante.” Ele se articula com PDT e PMDB, inclusive com o candidato derrotado à prefeitura Leonardo Quintão, para uma ação conjunta da base aliada da presidente Dilma Rousseff nas eleições. Em função do calendário do partido, que agora discute internamente a posição no pleito, o vice afirmou que as reuniões com outros partidos estão paradas. (JC)
Enquanto isso, disputa no Senado
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), convocou reunião da bancada para o fim do mês para tratar de deliberações sobre trocas de comandos na vice-presidência, nas comissões e na liderança. A senadora Marta Suplicy (PT-SP) resiste ao cumprimento do acordo firmado em fevereiro do ano passado para ceder a vice-presidência ao colega José Pimentel (PT-CE). “Isso ficou definido lá atrás. O correto seria o cumprimento do acordo”, defende Humberto Costa. Por sua vez, José Pimentel sustenta que o mais importante é manter a “unidade da bancada” e tenta afastar os rumores de que o impasse vai deflagrar uma crise entre os petistas. Marta teria o apoio do governo para continuar na cadeira, já que o seu desempenho no comando de votações importantes para o Executivo – como a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) – agradou o Planalto.