O PT de Belo Horizonte fará um encontro ampliado até o fim de abril para decidir se apoia a reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB) ou terá candidato próprio. O pedido para colocar a tese da aliança em votação foi protocolado nessa sexta-feira pelo grupo liderado pelo presidente estadual da legenda, deputado federal Reginaldo Lopes, com 24 assinaturas, sendo 16 membros do Diretório Municipal. O prazo para solicitar a votação de um nome fora do partido, definido pelo PT nacional, vai até domingo.
O presidente estadual do PT diz que a união com Lacerda é apoiada pelos deputados federais, estaduais e os vereadores. Também faz parte de uma tática nacional da legenda. O PT precisa do apoio dos governadores do PSB no Ceará, Cid Gomes, e em Pernambuco, Eduardo Campos, para reeleger os prefeitos das respectivas capitais: Fortaleza, Luizianne Lins, e Recife, João da Costa. “Na minha concepção, o apoio a Marcio Lacerda é nacional. Temos em curso um projeto que mudou o Brasil, especialmente no Nordeste, e esse projeto se dá em ampla aliança com o PSB”, afirmou.
Segundo o presidente de honra do PT municipal, Aluísio Lopes, a não ser que o PT tivesse saído do governo Lacerda, o encontro para definir a continuidade do apoio é uma obrigação. O deputado federal Virgílio Guimarães disse que a participação do PSDB na aliança não deve ser uma preocupação, já que o PT terá a vaga de vice-prefeito mais uma vez. “Eles (PSDB) que têm que perguntar o que estão fazendo junto com o PSB e o PT”, afirmou Virgílio.
A previsão é de que os delegados para o encontro municipal sejam escolhidos em 3 de março. A partir do pedido, os petistas terão 28 dias para iniciar os debates e até 29 de abril para realizar o encontro. Na avaliação de Reginaldo Lopes, o grupo de apoio a Lacerda tem maioria. O secretário municipal do PT, Geraldo Arcoverde, disse que as assinaturas serão conferidas e o calendário de discussões definido na segunda-feira, em reunião da Executiva.
Prestação de contas
A Articulação, tendência do PT que agrega os ex-ministros do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias e da Secretaria Geral da Presidência da República Luiz Dulci, divulgou posicionamento nessa sexta-feira pela realização do encontro estadual para definir se o PT vai apoiar Lacerda ou ter candidato próprio. No texto, o grupo diz que a aliança de 2008 foi conduzida de modo equivocado, mas que isso não impede de avaliar a continuidade do governo do qual o PT faz parte. A tendência disse que o PT deve “prestar contas à população” que o elegeu junto com Lacerda.
No manifesto, o grupo de Patrus diz que o conteúdo programático deve ser o alicerce da posição política do partido. Os integrantes criticam a escolha sem consulta prévia feita em 2008 e pedem que para o pleito de outubro a escolha seja aberta aos filiados. “Entendemos que deve haver, além do debate amplo com calendário de encontros regionais, textos expressando opiniões, caderno de debates e forte mobilização da militância.”