Outros, como o prefeito de Raposos, Nélcio Duarte Neves (PT), sonham com o fim de um tormento reeditado anualmente. “Por mais um ano perdemos casas, barrancos desabaram e ruas ficaram debaixo dágua. Em nossa cidade já foram feitos os levantamentos das áreas de risco e já temos projetos aprovados que precisam ser executados, mas o que vemos são essas situações que se repetem todos os anos”, cobra o prefeito. A expectativa dele é de que, nos próximos meses, sejam liberados recursos para a execução de obras de prevenção capazes de retirar o município da Região Central de Minas das estatísticas das vítimas das chuvas. Raposos está em emergência desde dezembro.
Principais ponderações do TCU sobre obras de prevenção e resposta a desastres em 2011
Em função da baixa cultura de prevenção e reduzida institucionalização dos órgãos de defesa civil, verifica-se que os investimentos em prevenção são superados de forma expressiva pelos gastos com resposta aos desastres.
As adversidades enfrentadas pelos municípios e estados atingidos por tragédias em 2010 e 2011 são enormes e de difícil mensuração. Para amenizar essa situação, a Secretaria Nacional de Defesa Civil tem liberado recursos com exigências mínimas. O grande problema é que o órgão não possui estrutura adequada para orientar os entes federados sobre a melhor forma de utilizá-los, acompanhá-los e fiscalizá-los.
Sabe-se das dificuldades enfrentadas e da importância da liberação rápida dos recursos, porém não se pode aceitar que essas verbas sejam usadas sem critérios, sem análises de preços e por meio de contratos verbais, para fins distintos da prestação de socorro e assistência às vítimas e para a execução de obras em locais atingidos.
Quanto à aplicação de recursos, verificou-se que a ausência de controle concomitante e eficaz por parte do Ministério da Integração Nacional, sobretudo nas transferências operacionalizadas sem análise de plano de trabalho, deixa vulnerável o sistema de repasses do programa de prevenção e resposta a desastres.