Jornal Estado de Minas

Recursos para cidades atingidas pela chuva em Minas ainda não chegaram

FaltaM intermediários para agilizar o repasse

Alice Maciel

As chuvas já deram uma trégua, mas os recursos prometidos pelo ministro da Integração, Fernando Bezerra, ainda não chegaram aos cofres dos municípios atingidos pelas águas em Minas. Na tentativa de acelerar o processo na liberação das verbas, que seriam destinadas, por meio do cartão de pagamento da Defesa Civil, para socorrer as vítimas das tragédias, o governador Antonio Anastasia (PSDB) solicitou ao ministro que o dinheiro seja depositado diretamente nos cofres das pequenas prefeituras, em razão de dificuldades burocráticas na obtenção do cartão. O coordenador da Defesa Civil de Minas, coronel Luís Carlos Martins, disse que o tucano pediu a transferência imediata de R$ 12 milhões. Ao todo, foram prometidos R$ 30 milhões, sendo que R$ 10 milhões estão reservados ao estado e outros R$ 20 milhões serão distribuídos aos municípios, segundo o diretor do Departamento de Minimização de Desastre da Secretaria Nacional da Defesa Civil, Rafael Schadeck, que esteve reunido ontem com o governador.

 

Ele contou que estará hoje em Brasília para discutir com Bezerra as demandas dos mineiros e vai avaliar com o ministro quais as cidades pequenas mais necessitadas de recursos imediatos. De acordo com Rafael Schadeck, pelo menos quatro prefeituras, entre as 77 reconhecidas em situação de emergência pela Secretaria Nacional de Defesa Civil até ontem, já estarão com o “dinheiro de plástico” nesta semana, além do governo estadual. Entre elas, a de Ouro Preto e a de Vespasiano.


Em Ouro Preto (PMDB), o cartão vai chegar tarde demais. Segundo o prefeito Ângelo Oswaldo, que não tem notícias dos recursos, “a parte de emergência já acabou”. “No momento, estamos precisando de verba para recuperação e prevenção”, ressaltou. O prefeito de Vespasiano, Carlos Murta (PMDB), também reclama de o município ainda não ter recebido nenhuma ajuda financeira dos governos federal e estadual. Ele contou que 97 pessoas estão desalojadas e que o município está arcando com as despesas de socorro, como, por exemplo, o aluguel social, que poderia estar sendo pago com o cartão.


Além de solicitar a liberação rápida da verba federal, a coordenadoria da Defesa Civil mineira está tentando negociar com o ministro da Integração a maneira que os recursos serão repassados. O pedido é de que os R$ 10 milhões reservados ao estado sejam transferidos de forma fracionada, o primeiro repasse de R$ 3 milhões.