Chalita, que foi o primeiro a falar, afirmou que a cracolândia é apenas "a ponta de um iceberg mais complexo". Aos jornalistas, o peemedebista destacou que o tratamento de um viciado em crack pode levar até um ano e alertou que a ausência de um lugar para tratamento adequado aos dependentes é a "questão primordial que não foi resolvida" nem pelo Estado nem pela Prefeitura. "As pessoas que estão na cracolândia, que querem ser internadas e resgatar sua dignidade, não têm para onde ir. Levar pessoas viciadas em crack para albergues ou hospitais não resolve o problema", apontou. Na opinião do pré-candidato do PMDB, faltou organização para uma atuação conjunta que fosse efetiva. "Um problema de 20 anos não se resolve em um dia com a ocupação da polícia", opinou.
Netinho de Paula também criticou a ausência de articulação entre as três esferas de poder. "Foi, de certa forma, desarticulada e desastrosa", disse. Para o vereador, a opção pela ocupação imediata foi uma decisão política respaldada por pesquisa de opinião pública. "Baseada em pesquisa tomaram essa atitude e isso foi um grande equívoco", avaliou.
O PSOL, que ainda não definiu quem será seu candidato, foi representado pelo presidente do diretório municipal, Maurício Costa, que também se manifestou contra as ações de repressão na cracolândia. "Aqui temos de fazer um repúdio à política da cracolândia, que é uma política combinada com o governo do Estado, que não teve vergonha em dizer que fazia a política da dor e do sofrimento", protestou. Já o PT, que foi duramente criticado na última segunda-feira durante debate dos pré-candidatos tucanos, não tocou no assunto. "Não é esse tipo de debate que a gente quer. A gente quer propostas políticas para a cidade", tergiversou Donato.