Embora tivesse o apoio dos governadores da Bahia e de Sergipe, Lúcia foi deixada de lado por causa de divergências internas do PT. Desde o início do governo Lula, em 2002, a pasta do Desenvolvimento Agrário sempre foi controlada pelos petistas da tendência Democracia Socialista, que se recusaram a abandonar o posto com a ascensão de Dilma. Foram eles que acabaram indicando o atual ministro, Afonso Florence.
Logo depois de assumir o governo, porém, Dilma convidou Lúcia para o cargo que ocupa hoje no Ministério de Desenvolvimento Agrário. Quanto a Florence, que foi secretário de Desenvolvimento Urbano no governo da Jacques Wagner antes de desembarcar em Brasília, sabe-se que não agradou: seu nome aparece com frequência na lista de ministros que devem ser substituídos nos ajustes previstos para este ano.
Extinção
Não está totalmente descartada, porém, a possibilidade de extinção. A presidente pode transformá-la numa secretaria especial do Ministério da Agricultura, voltada para o apoio a pequenos agricultores.
Tanto a escolha de Lúcia quanto a de Eva poderiam trazer bons dividendos políticos para Dilma. De um lado agradaria os governadores do Nordeste, que insistem na ideia de que a pasta, após ser controlada durante oito anos pelos gaúchos, deve continuar agora com os nordestinos. De outro, também agradaria o Movimento dos Sem Terra (MST), que não se entende com Florence.
O problema para a escolha de um desses nomes continuaria no interior do PT: a tendência Democracia Socialista defende a permanência de Florence. No caso de uma troca, o substituto deveria ser da mesma tendência.
A escolha de uma mulher para o Desenvolvimento Agrário seria boa opção também para o caso de Dilma nomear um homem para a Secretaria da Igualdade Racial: permitiria a ela manter o atual a cota atual de mulheres no ministério.