As primeiras negociações começaram há duas semanas, em um encontro entre o prefeito Gilberto Kassab e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em um primeiro momento, os petistas rejeitaram prontamente a proposta. Mas, na sexta-feira passada, Lula chamou Donato e dois vereadores do partido e avisou: “Pensem a respeito”.
Haddad também iniciou uma aproximação com o prefeito, interessado em atrair para a sua coligação outras legendas aliadas do PSD na cidade, como o PR e o PTB. Edinho justificou a parceria lembrando que o PSD é aliado do governo Dilma. “Não podemos esquecer que a correlação de forças em São Paulo vai se refletir nas eleições de 2014. Temos que analisar a disputa municipal paulistana com os olhos na reeleição de Dilma”, completou o presidente do PT-SP.
Vereadores
Essa equação, contudo, ainda confunde os vereadores petistas, acostumados a enxergar em Kassab o adversário político mais direto. Na opinião desses vereadores, o prefeito está querendo “embarcar” na candidatura Haddad para livrar-se do enfraquecimento de seu poder de influência local. “Ele sabe que o PMDB de Gabriel Chalita está flertando com tucanos ligados ao governador Geraldo Alckmin e o PSD ficaria sem parceiros na capital”, disse uma liderança do PT na cidade.
O PT também precisa administrar outra questão, só que no plano nacional. Segue o impasse sobre quem será o indicado do partido para a vice-presidência do Senado. No início do ano passado, a atual titular da cadeira, Marta Suplicy (SP), fez um acordo de revezamento com o líder do governo no Congresso, José Pimentel (CE).