As negociações da aliança política entre o PT e o PSD na capital paulista, tendo Fernando Haddad na cabeça de chapa e um pessedista como vice, estão mais adiantadas do que gostariam alguns setores do PT paulistano. Com o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do diretório estadual do partido, Edinho Silva, e do diretório municipal, Antônio Donato, começam a trabalhar junto à militância e à base de vereadores a aproximação da legenda com o partido de Gilberto Kassab. “Já estamos juntos em São Bernardo do Campo, Osasco, São José do Rio Preto e São José dos Campos”, disse Edinho Silva.
Edinho, inclusive, foi um dos votos favoráveis, em reunião no diretório paulista do PT no ano passado, à possibilidade de alianças com o PSD. “Nós temos uma dificuldade na capital porque sempre fomos oposição à gestão Kassab. Mas nada impede que conversemos a respeito”, completou Edinho.
Haddad também iniciou uma aproximação com o prefeito, interessado em atrair para a sua coligação outras legendas aliadas do PSD na cidade, como o PR e o PTB. Edinho justificou a parceria lembrando que o PSD é aliado do governo Dilma. “Não podemos esquecer que a correlação de forças em São Paulo vai se refletir nas eleições de 2014. Temos que analisar a disputa municipal paulistana com os olhos na reeleição de Dilma”, completou o presidente do PT-SP.
Vereadores
Essa equação, contudo, ainda confunde os vereadores petistas, acostumados a enxergar em Kassab o adversário político mais direto. Na opinião desses vereadores, o prefeito está querendo “embarcar” na candidatura Haddad para livrar-se do enfraquecimento de seu poder de influência local. “Ele sabe que o PMDB de Gabriel Chalita está flertando com tucanos ligados ao governador Geraldo Alckmin e o PSD ficaria sem parceiros na capital”, disse uma liderança do PT na cidade.
O PT também precisa administrar outra questão, só que no plano nacional. Segue o impasse sobre quem será o indicado do partido para a vice-presidência do Senado. No início do ano passado, a atual titular da cadeira, Marta Suplicy (SP), fez um acordo de revezamento com o líder do governo no Congresso, José Pimentel (CE).