Insatisfeitos com o aumento de 61,8% aprovado pelos vereadores de Belo Horizonte, manifestantes voltaram a ocupar a frente da prefeitura na tarde desta quinta-feira. Esse é o quinto protesto do movimento intitulado “Veta Lacerda” que têm cumprido agenda contra o reajuste. Além de protestar com faixas e cartazes e palavras de ordem, o grupo também está colhendo assinaturas para entregar ao prefeito Márcio Lacerda (PSB), reivindicando o veto ao projeto. Lacerda tem até o dia 26 deste mês para vetar ou sancionar o novo subsídio. Na tarde de hoje, cerca de 100 pessoas estiveram em frente à sede do Executivo municipal.
A intenção dos manifestantes é entregar 40 mil assinaturas para o prefeito da capital no próximo dia 24. Na ocasião eles também esperam ser recebidos por Lacerda. Até o momento, o grupo já colheu aproximadamente 1.500 rubricas pedindo que o aumento seja vetado. O grupo pretende manter pontos na Praça Sete e na rodoviária para colher as assinaturas. Em uma das faixas usadas nesta tarde, eles pediam para que os motoristas que passassem pelo local aderissem ao movimento buzinando. O que foi prontamente atendido por grande número de condutores que passarem pelo local.
Mais cedo, um grupo de manifestantes na internet começou a divulgar um vídeo-resposta à propaganda veiculada na TV pela Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). O vídeo, feito com as cores laranja e vermelho, no formato da propaganda original, alega que “o aumento absurdo dos vereadores não corresponde à realidade da maioria dos brasileiros”. Segundo as imagens, o aumento do salário mínimo foi de apenas 14,3%. Por outro lado, o comercial veiculado pela CMBH, que tem sido exibido em horário nobre em televisão aberta, justifica a proposta de reajuste como uma "obrigação" dos parlamentares a cada fim de legislatura.
Diante do clamor popular, o presidente em exercício da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), Alexandre Gomes (PSB), disse que a população tem todo o direito de manifestar sua opinião. Segundo ele, o que não tem procedência são os companheiros do Legislativo que voltaram atrás em sua opinião, após a pressão popular. "É como aquele indivíduo que rouba e depois que é preso volta atrás. Não porque se arrependeu, mas porque foi descoberto”, afirmou.
Movimento
No dia 03 deste mês, intitulado como “telefonaço”, o movimento convocou os moradores da capital a ligarem para o gabinete do prefeito Márcio Lacerda (PSB) para demonstrar repúdio à aprovação do projeto de lei. No dia 21 de dezembro do ano passado, cerca de 200 estudantes, sindicalistas e integrantes de entidades da sociedade civil passaram a manhã na porta da prefeitura em protesto. No dia 23 de dezembro, munidos de nariz de palhaço e com os olhos vendados, cerca de 100 moradores voltaram a ocupar a porta da sede do Executivo municipal, o que se repetiu no dia 05 de janeiro. A ação desta tarde já é a quinta realizada pelo grupo.
(Com informações de Juliana Cipriani)