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Estado de Minas

Dilma deve exigir metas e prazos na primeira reunião do ano com ministros

Corte no Orçamento também está em pauta


postado em 23/01/2012 07:14 / atualizado em 23/01/2012 08:00

Brasília – Os ministros da presidente Dilma Rousseff chegam na tarde desta segunda-feira ao Palácio do Planalto, para a primeira reunião ministerial do ano, com uma dura cobrança já feita por ela: por conhecerem há um ano a lógica do governo e da mandatária, os auxiliares precisam apresentar as metas de suas pastas, os prazos para o cumprimento de cada programa e as medidas para contenção de gastos, prestação de contas e acompanhamento dos resultados. Foi esse o recado de Dilma aos ministros que participaram das 10 reuniões setoriais realizadas desde quinta-feira – a última delas avançou pela noite de ontem, no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente.

O grande encontro de hoje, às 17h, servirá para Dilma cobrar de seus auxiliares de confiança metas e prazos para o plano Brasil sem miséria, para as obras de infraestrutura previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e para o Minha casa, minha vida, programas que não deslancharam no primeiro ano de governo. Outro assunto da primeira reunião ministerial do ano, segundo informação de auxiliares que participaram de alguns dos encontros setoriais, será o corte de R$ 60 bilhões a R$ 70 bilhões no Orçamento da União de 2012.

Dilma manifestou preocupação com o travamento de licenças ambientais para grandes obras de infraestrutura e, ao mesmo tempo em que faz cobranças por mais agilidade nas autorizações, tenta dar visibilidade ao principal evento do ano na área de meio ambiente. A realização da Rio+20 no Rio de Janeiro, evento da Organização das Nações Unidas (ONU) que ocorre entre 20 e 22 de junho, foi discutida ontem no Palácio da Alvorada. O governo teme um fiasco do encontro internacional, com baixa presença de chefes de Estado. A reunião setorial de ontem serviu para traçar estratégias para a Rio+20 e para dois grandes eventos esportivos no Brasil, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Treze ministros estiveram ontem no Palácio da Alvorada, entre eles a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, responsáveis diretos pela Rio+20. Patriota já havia estado no Alvorada no sábado para as discussões sobre a crise econômica internacional. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes, também se reuniram ontem com Dilma. Metas e prazos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas serão cobrados hoje na reunião ministerial.

A reunião setorial de ontem chegou a ser desmarcada pelo Planalto no sábado. Os ministros, porém, não tiveram sossego no domingo. Dilma não só confirmou a realização do encontro como mobilizou a maior quantidade de ministros até agora, entre as nove reuniões setoriais realizadas até agora. Eles começaram a chegar às 15h e só deixaram o Palácio da Alvorada, sem falar com a imprensa, às 20h40.

Educação Todos os ministros convocados para a reunião das 17 horas de hoje foram convidados também para estar presentes, duas horas antes, no evento organizado em prol do ministro da Educação, Fernando Haddad, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. O evento vai comemorar – e turbinar, com isso, o nome de Haddad – a concessão de 1 milhão de bolsas a estudantes pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). O anúncio será feito pelo ministro, em seu último ato oficial.

Memória

Corte dos supérfluos


A primeira reunião ministerial do governo da presidente Dilma Rousseff ocorreu em 14 de janeiro do ano passado, uma sexta-feira. Já naquela ocasião, a tônica do encontro era o corte de gastos considerados supérfluos e o aumento dos investimentos em áreas tidas como essenciais. A orientação da presidente a seus auxiliares foi "falar pouco e agir muito". O governo se via pressionado para aumentar o salário mínimo. Naquela ocasião, o núcleo duro era composto pela presidente Dilma, pelo vice-presidente Michel Temer e pelo então chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, demitido do cargo cinco meses depois. A partir da reunião ministerial, a Esplanada ficou dividida em quatro setores básicos: desenvolvimento econômico, coordenado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega; erradicação da miséria, a cargo da ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello; infraestrutura, sob a responsabilidade da ministra do Planejamento, Miriam Belchior; e direito e cidadania, núcleo coordenado pelo secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

 


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