A comunidade foi desocupada após decisão judicial que determinou a reintegração de posse do terreno, que pertence à massa falida da empresa Selecta S/A, do empresário Naji Nahas.
Na operação policial, foram usados dois helicópteros, carros blindados e cerca de dois mil soldados do Batalhão de Choque. O presidente nacional do PT lembrou que havia um acordo em andamento com os moradores do acampamento e considerou que famílias foram desalojadas "sem necessidade". "E o que é pior: com uso de extrema violência", criticou.
Ele relatou que, inclusive, um ouvidor do governo federal foi ferido na ação de reintegração. "Havia um acordo em andamento, mas precipitou-se a ocupação com a utilização de força desnecessária." Em nota, assinada pelo presidente da sigla, o PT afirma que a operação policial "frustrou" os esforços para uma saída pacífica no Pinheirinho. "O terreno poderia ser objeto, conforme proposta formal do governo federal, de uma ação conjunta dos vários entes federados."
A nota ressalta ainda que a prefeitura de São José dos Campos, atualmente sob o comando do PSDB, "rompeu unilateralmente as negociações" e condena "fortemente" o que chama de "intransigência" e "insensibilidade social" dos governos municipal e estadual.
"A prefeitura de São José dos Campos, o governo do Estado de São Paulo e o Tribunal de Justiça de São Paulo devem responder pelas consequências de seus atos nessa situação lamentável", defende. "O que choca é que o mínimo de civilidade e credibilidade se espera na relação administrativa entre entes da federação."
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ontem que teve garantias do governador de São Paulo de que seria pacífica e segura a ação policial no Pinheirinho.
A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo também divulgou nota na manhã de hoje na qual repudia "veementemente" o rompimento das negociações por um desfecho pacífico na comunidade. "A bancada petista vê, além de precipitação, a total ausência de sensibilidade social na ação articulada pelo governador de São Paulo e pelo prefeito de São José dos Campos, ambos do PSDB", afirma.
"Mais uma vez, presenciamos o aparelho estadual sendo usado em favor do interesse de poucos e em detrimento do sofrimento da população mais pobre", acrescenta.