Na solenidade que marca a despedida de Haddad do cargo, que se dedicará à pré-campanha à Prefeitura de São Paulo como futuro candidato do PT, a presidente não apenas elogiou o ministro como aproveitou para fazer a defesa do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A prova foi alvo de erros e problemas, como o vazamento de questões, e transformou-se em marca negativa da gestão de Haddad no ministério. "É a forma mais democrática de acesso dos jovens brasileiros ao ensino universitário", afirmou Dilma sobre o Enem. "É um exemplo da determinação do ministro Fernando Haddad no sentido de assegurar uma transformação e uma deselitização do ensino universitário no nosso País", defendeu.
Ainda sobre o ProUni, a presidente o classificou como um instrumento de "distribuição de renda", porque, ao garantir o acesso à educação, torna possível construir um "modelo de desenvolvimento sustentável para o País". Dilma lembrou que, durante a campanha eleitoral, visitou uma estudante de medicina cujos pais viviam com salário mínimo. "Era uma coisa estranha, não era usual. Esse é o grande feito do ProUni: trata-se de milhões jovens superando uma barreira quase intransponível, que é a barreira da oportunidade", definiu a presidente.
No final, Dilma Rousseff aproveitou para citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, argumentando que "foi preciso um metalúrgico que não teve acesso ao ensino universitário para saber como é importante para as pessoas o ensino universitário". Dilma também corrigiu Fernando Haddad que, em seu discurso, chegou a afirmar que o ProUni seria um programa que não traria gastos ao governo federal. Ela lembrou que, por se tratar de um programa que concede bolsas em troca de isenção fiscal das faculdades particulares, o Ministério da Fazenda está abrindo mão de receita. Mas completou dizendo que é um investimento no futuro do País. "Esses tributos estão sendo destinados para financiar a educação da juventude brasileira", justificou.